PF aponta 'responsabilidade
criminal' de nomeado de Alckmin para a Dersa

Relatório da Polícia Federal de 113
páginas, assinado pelo delegado João Luiz Moraes Rosa detalha o suposto
envolvimento do ex-secretário de Logística e Transportes do governo Geraldo
Alckmin (PSDB), Laurence Casagrande Lourenço, ex-diretor da Dersa, em desvios e
sobrepreços de até R$ 131 milhões nas obras do Trecho Norte do Rodoanel.
Segundo
o documento da PF, Laurence tinha "responsabilidade criminal" nos
superfaturamentos. O ex-secretário foi preso nesta quinta-feira (21) no âmbito
da Operação Pedra no Caminho, braço da Lava Jato em São Paulo. A PF atribui a
Laurence papel central no "núcleo administrativo" do grupo que teria
ligação com as irregularidades. A Justiça Federal decretou a prisão de 15
suspeitos, entre eles Laurence.
Leia
também reportagem da Reuters sobre o assunto:
PF e MPF cumprem 15 mandados de prisão em investigação sobre
desvios em obras de Rodoanel de SP
(Reuters)
- A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram nesta
quinta-feira operação para cumprir 15 mandados de prisão como parte de
investigação sobre superfaturamento de centenas de milhões de reais em obras do
Rodoanel Viário Mário Covas, em São Paulo, iniciadas durante gestão do
ex-governador e atual candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB).
De
acordo com a PF e o MPF, a chamada operação Pedra no Caminho irá cumprir ainda
56 mandados de busca e apreensão, além de prisões temporárias, na capital
paulista e nas cidades de Ribeirão Preto, Bofete, Arujá e Carapicuíba, além de
Marataízes, no Espírito Santo.
Um
dos principais alvos da operação, segundo o portal de notícias G1, é Laurence
Casagrande Lourenço, ex-presidente da estatal paulista responsável pelas
rodovias do Estado, a Dersa, e atual presidente da Companhia Energética de São
Paulo (Cesp). Lourenço foi secretário de Transportes e Logística no governo
Alckmin.
"São
alvos dos mandados ex-diretores da Dersa, executivos das construtoras OAS e
Mendes Junior, de empresas envolvidas na obra e gestores dos contratos com
irregularidades", disse o MPF em comunicado, sem identificar os
investigados.
Segundo
o MPF, uma apuração do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou um impacto
financeiro consistente em acréscimos indevidos que somam mais de 600 milhões de
reais nas obras do Rodoanel, que tiveram início em 2013 e ainda estão em
andamento.
"Para
maquiar o sobrepreço adotou-se a prática de 'jogo de planilhas', expediente
comum em fraudes a licitações com muitos itens contratados de forma global, em
que o licitante oferece preço acima do mercado para alguns itens e abaixo da
referência para outros, de modo a colocar-se artificialmente como menor preço
global. Esse expediente é comum em fraudes às licitações", disse o MPF.
A
Secretaria Estadual de Logística e Transportes de São Paulo disse, em nota, que
a Dersa e o Governo de São Paulo são "os maiores interessados acerca do
andamento do processo", e que o Estado adotará as medidas cabíveis em caso
de "qualquer eventual prejuízo ao erário público".
O
inquérito policial foi instaurado em 2016, após um ex-funcionário de uma empresa
que atuou nas obras apresentar à Polícia Federal informações sobre possíveis
manipulações em termos aditivos da obra para aumentar o valor pago a
empreiteiras que já haviam vencido a licitação para realizar as obras.
No
início de abril, o ex-diretor da Dersa durante governos do PSDB Paulo Vieira de
Souza, conhecido como Paulo Preto, foi preso a pedido da força-tarefa da
operação Lava Jato em São Paulo sob acusação de ter desviado milhões de reais.
Paulo Preto foi solto no fim de maio por ordem do ministro Gilmar Mendes, do
Supremo Tribunal Federal.
Procuradas
pela Reuters, as empresas Cesp, OAS e Mendes Junior não responderam de imediato
a pedidos de posicionamentos sobre a operação da PF e do MPF. Não foi possível
localizar representantes de Laurence Casagrande Lourenço.
De São Paulo (SP), São Paulo 247, em 21/06/2018, às
16h56
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