Desemprego mais
alto, salários mais baixos e direitos exterminados

A
reforma trabalhista De Temer e Meirelles prometeu e foi aprovada sob o discurso
de que, sem os encargos dos empresários, os salários iriam subir e o
trabalhador iria ter um incremento em seus proventos. Pois o que houve foi
exatamente o contrário: em um ano de reforma, o salário do trabalhador
brasileiro já caiu 14 reais.
"O
analista político André Santos, do Departamento Intersindical de Assessoria
Parlamentar (Diap), afirmou que, a partir da reforma trabalhista, cada
trabalhador teve perda média de R$ 14 em seu salário. “Pode parecer pouco
para a classe média, mas é muito significativo para quem ganha um salário
mínimo”, afirmou. Ele fez as declarações ao participar de seminário, na
Câmara dos Deputados, com o tema “Impactos da Aplicação da Nova Legislação
Trabalhista no Brasil”. O analista afirmou que tanto o poder Executivo
quanto o Legislativo “têm culpa no cartório” ao, respectivamente, propor e
aprovar uma reforma trabalhista que surtiu efeito “inverso” ao
prometido. Santos disse que não houve crescimento de emprego no período de
janeiro a março deste ano, quando a nova lei já estava em vigor. “Se o objetivo
era dinamizar a economia e modernizar as relações de trabalho para se encarar
novos desafios, isso ainda não teve o efeito necessário.”
Na
avaliação do Diap, a reforma trabalhista resultou na precarização das relações
de trabalho. “Os contratos intermitentes, por exemplo, devem ocorrer apenas
para áreas em que é realmente necessário, mas, da forma como está posto na lei,
é muito abrangente e vale para todos - a ponto de os empregadores, de forma
irracional, quererem demitir trabalhadores fixos e contratá-los como
temporários”, disse.
O
cenário de perda de renda, desemprego e, ainda, do baixíssimo nível de crédito
foi reconhecido pelo próprio Banco Central, conforme reportagem do 247 veiculada
nesta terça (3). Relata a reportagem.
Num
estudo inserido no relatório de inflação de junho, o Banco Central estudou o
comportamento de diferentes componentes da demanda privada nos últimos ciclos
de retração e recuperação do Brasil. O estudo comparou os ciclos de 1999, 2001,
2003, 2009 e o atual. Em cada um deles, foi identificado o momento no qual a
economia começou a sair do buraco e onde ela estava cinco trimestres após,
segundo diferentes indicadores.
O estudo (veja o quadro abaixo) mostra que a suposta retomada atual é
irrisória diante dos outros ciclos. Os números de geração de emprego são os
piores de todos os ciclos, com um agravante: o estudo não leva em conta a
qualidade dos (poucos) empregos criados após a reforma trabalhista, com
remunerações e condições contratuais muito inferiores às até então existentes.
No caso do crédito, só o cenário de 2001 foi pior que o de agora.
De Brasília,
Brasil 247, em 04/07/2018, às 05h55


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