Parceria
entre grandes e pequenas empresas melhora ganhos
Estudo foi apresentado pelo Sebrae em fórum em São Paulo
Pequenas empresas podem se beneficiar de parcerias com médias e grandes
companhias, com ganhos econômicos e em inovação. A recomendação foi apontada
por uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae), apresentada hoje (25) no Fórum Encadear, em São Paulo. O
evento reúne pequenas e grandes empresas para discutir possibilidades de
negócios conjuntos.
A pesquisa foi realizada com 569 micro e pequenos empresários (MPEs) que
já participaram do programa de relação com grandes empresas do Sebrae, chamado
de “encadeamento produtivo”. A iniciativa busca identificar demandas de grandes
firmas e apoiar MPEs, como startups, capacitando-as para apresentar propostas e
poder celebrar negócios.
De acordo com a pesquisa, para 69% dos ouvidos, a parceria com uma
grande empresa resultou em melhoria da produtividade, em média de 27%. Do
total, 62% disseram que o faturamento também melhorou, com média de 26%. Em 45%
dos casos, foi registrada uma ampliação no número de pessoas ocupadas. Para
metade, houve acréscimo também na lucratividade, em média de 23%.
Conforme os empresários consultados, a parceria teve impactos positivos
também na melhoria das tecnologias adotadas. Do total, 77% relataram benefícios
em termos de inovação. As mudanças ocorreram no processo produtivo (66%),
gestão (56%), produto (41%), marketing (36%) e design (18%).
Turbinas
Um dos casos bem-sucedidos discutidos no evento foi o da empresa de
manutenção de turbinas GE Celma, sediada em Petrópolis (RJ) e ligada ao conglomerado
estadunidense General Eletric. A firma revisa motores de grande porte para
diversas linhas áreas e para operadoras de carga, como a Fedex. “A gente
precisava melhorar atuação com parceiros locais. Um dos grandes gargalos é o
fornecimento de ferramentas especiais. A gente tem carência grande de
fornecedores para prover essas ferramentas”, disse o diretor executivo da
empresa, Julio Nalon.
Segundo o executivo, em parceria com o Sebrae, 10 potenciais
fornecedores foram selecionados, recebendo 90 horas de treinamento e 550 horas
de consultoria especializada. Dessas, três empresas se tornaram fornecedores,
faturando R$ 2 milhões na oferta de ferramentas à GE Celma.
De acordo com o diretor, a parceria gerou redução de 5% no prazo de
entrega, diminuição de 14% do custo e aumento de 40% do índice de
competitividade. Uma das empresas está sendo qualificada pelo maior fornecedor
de ferramentas da GE para atuar como seu representante no Brasil, vendendo para
outras unidades de aviação da GE.
Varejo
Um dos casos apresentados no evento foi o da rede de varejo Renner.
Segundo o diretor executivo da companhia, Vinicios Meneguzzi Malfatti, a
direção tomou a decisão de trabalhar com um patamar de pelo menos 70% de
produtos brasileiros, entre os quais aqueles fabricados por pequenas oficinas
de costura.
Um dos casos, exposto no evento, foi o da oficina Pamela Caseados, da
cidade de Pomerode, em Santa Catarina. De acordo com o diretor executivo, Eden
Weege, com 12 anos a empresa trabalhava para equilibrar as contas. Com a
participação no projeto, informou, recebeu consultoria e formação em
organização de finanças, gestão de pessoas e processos de produção.
Após a participação, a empresa registrou faturamento 23% maior, na
comparação entre o 1o semestre de 2017 e o 1o semestre de 2018. A
produtividade, sem investimento em tecnologia, aumentou 67%. O retrabalho
interno foi reduzido em 22%. No período, seis novos postos de trabalho,
diminuindo a rotatividade dos trabalhadores.
De São Paulo, Jonas Valente, repórter da
Agência Brasil, em 25/09/2018, às 18h09
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