Moro põe biografia em jogo ao se aliar
aos Bolsonaro, diz José Padilha

O
cineasta José Padilha avalia que o ex-juiz Sergio Moro coloca sua credibilidade
em jogo, ao participar de um governo associado às milícias e à corrupção.
"O governo Bolsonaro já começou carimbado por suspeitas gravíssimas de
corrupção. Flávio Bolsonaro, senador eleito pelo Rio de Janeiro, está para lá
de enrolado com as movimentações atípicas nas contas de seu ex-assessor e na
sua própria conta. Não precisamos de Sherlock Holmes, ou de Capitão Nascimento,
ou mesmo do deputado Fraga para concluir o óbvio: ninguém movimenta recursos de
maneira tão anormal quanto Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor. Depósitos em
dinheiro, feitos um seguidinho do outro, dia após dia... Se o cara não tem algo
sério a esconder, no caso a famosa prática de receber parte do salário de
funcionários da Alerj, podemos dizer que se esforçou muito para parecer
culpado", diz ele, em artigo publicado nesta terça-feira, na Folha de
S. Paulo.

"Sergio
Moro, o novo e poderoso ministro da Justiça, ungido pela eficiente luta contra
a corrupção empreendida no âmbito da Operação Lava Jato, vai ficar assistindo a
tudo isso sem fazer ou falar nada?", questiona Padilha, que o chama de
Bolsomoro. "Queira ou não queira, ao aceitar o convite de Jair Bolsonaro
para trabalhar no Ministério da Justiça, Sergio Moro avalizou implicitamente o
governo Bolsonaro. Deu a este governo um carimbo de ética e de luta contra a
corrupção. E, ao fazê-lo, colocou a sua biografia em jogo."
De Brasília (DF), Brasil 247, em 29/01/2019, às
05h55
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