Buscas em Brumadinho entram no 4º dia; são
confirmados 58 mortos e 305 desaparecidos
Trabalhos de resgate na região
atingida pela lama após o rompimento de barragem em
Brumadinho (MG) (Foto: Cristiane
Mattos/O Tempo/Futura Press)
As buscas por vítimas e sobreviventes da barragem que rompeu em Brumadinho (MG)
chegam ao quarto dia nesta segunda-feira (28). Na noite do último domingo (27),
o Corpo de Bombeiros informou que o número de mortos passou a ser de 58
pessoas. Até o momento, 305 pessoas estão desaparecidas e 192 foram resgatadas
com vida.
O comandante responsável pelo resgate, tenente coronel Eduardo Angelo,
afirmou, ainda ontem, que a chance de encontrar sobreviventes é “mínima”, em
função do tempo em que decorreu a tragédia — a barragem de rejeitos de
mineração da empresa Vale rompeu na tarde da última sexta (25).
“Há possibilidade de se encontrar [pessoas] com vida sim. No entanto, a
literatura que trata sobre esse assunto demonstra que a partir de 48 horas de
empenho, a chance de encontrar vida é bem pequena. Existe [possibilidade]? Já
aconteceu? Sim, já teve gente soterrada por mais de 30 dias, só que isso
normalmente é um ponto fora da curva”, afirmou.
De acordo com o tenente Pedro Aihara, porta-voz dos bombeiros, as
equipes elencaram 14 áreas prioritárias de busca, entre elas locais onde estão
soterrados uma locomotiva, uma pousada, ônibus e o refeitório da mineradora
Vale, onde a maioria dos funcionários estava na hora do rompimento da barragem.
Ajuda israelense
A partir desta segunda-feira, 132 militares israelenses auxiliarão nas
buscas em Brumadinho. Eles chegaram no país em dois grupos distintos, que
desembarcaram durante a tarde e à noite de domingo.
A missão será chefiada pelo embaixador de Israel no Brasil, Yossi
Shelley, e conta com especialistas em salvamento em tragédias. Com eles,
desembarcam também 16 toneladas de equipamentos de alta tecnologia para
resgate, além de seis cães farejadores.
A tragédia
Uma barragem da mineradora Vale rompeu nesta sexta-feira (25) em
Brumadinho, cidade localizada na região metropolitana de Belo Horizonte.
Momentos após o alerta ser disparado, era possível encontrar nas redes
sociais vídeos que mostravam o mar de lama no local.
O rompimento foi na região do córrego do Feijão, na altura do km 50 da
rodovia MG-040. Fotos enviadas por moradores da região aos Bombeiros mostram
uma grande quantidade de lama atingindo casas.
Uma nova sirene disparou na madrugada deste domingo (27) alertando
moradores da região que deixassem suas residências. Havia o risco de rompimento
de uma segunda barragem. No entanto, horas depois, outro desastre foi
descartado e eles puderam retornar às respectivas residências.
A barragem 1, que se rompeu, é uma estrutura de porte médio para a
contenção de rejeitos e estava desativada. Seu risco era avaliado como baixo,
mas o dano potencial em caso de acidente era alto.
Uma outra barragem, a de número 6, agora está sendo monitorada a cada
uma hora pela Vale, junto com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Bombas
estão sendo usadas para fazer a drenagem e reduzir a quantidade de água,
evitando novos problemas.
Como ajudar
Pelos números 0800 285 7000 (Alô Ferrovia – prioritário) e 0800 821 5000
(Ouvidoria da Vale), a mineradora está recebendo informações sobre
sobreviventes encontrados e desaparecidos, além de solicitações de apoio
emergencial (abrigo, água, cesta básica, roupa, medicamento, transporte etc.)
O Disque 100, do governo federal, também abriu um canal especial para
que os atingidos pela tragédia possam solicitar ajuda na busca de desaparecidos
ou denunciar violação de direitos. As demandas são encaminhadas aos órgãos
competentes, principalmente nas situações de socorro.
A Vale divulgou, na manhã desta segunda, uma lista com nomes de 297
dos desaparecidos. Os nomes podem ser acessados aqui.
De Yahoo
Notícias, com informações da Folhapress, Agência Brasil e AFP, em 28/01/2019
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