Moro iguala milícias a PCC e abre
potencial conflito com o bolsonarismo

Em zona de silêncio
sobre ligação de seu governo com milicianos e crimes de execução no Rio de
Janeiro, Sérgio Moro lança seu pacote de ministro da justiça. Ele quer alterar
14 leis em vigor e mirar organizações criminosas. A proposta de Moro
envolve os códigos penal, processual e eleitoral (neste terceiro item, Moro
quer a criminalização do caixa dois, ponto que aflige o Congresso). O pacote
cita nominalmente PCC, Comando Vermelho e milícias, o quesito combate a
organizações criminosas.
A reportagem do
jornal Folha de S. Paulo destaca
que "esses grupos seriam oficialmente citados em lei como exemplos para
que uma organização criminosa desse porte seja entendida em termos de estrutura
e força econômica. Uma ideia, por exemplo, é a possibilidade do uso de
agentes policiais disfarçados nessas organizações. O texto preparado pela
equipe de Moro foi enviado à Casa Civil na última sexta-feira (1º) para ajustes
finais e será apresentado nesta segunda a governadores e secretários de
Segurança Pública. O ministro convocou a imprensa para uma entrevista coletiva
após este encontro. Em breve, a proposta será enviada ao Congresso para
tramitação."
A matéria acrescenta: "o pacote de medidas é a
grande aposta de Moro, que deixou a função de juiz federal (dirigiu a Lava Jato
em Curitiba) para assumir o cargo de ministro de Jair Bolsonaro. No campo
penal, o texto prevê, em linhas gerais, a execução provisória para condenados
em segunda instância e o aumento da efetividade dos tribunais de júri, como a
execução imediata da pena em casos de homicídios. As medidas a serem
apresentadas visam também o endurecimento do cumprimento de penas e sua
elevação para crimes ligados a armas de fogo. Inclui também legislação para
permissão do uso do bem apreendido pelos órgãos de segurança pública."
Moro soltou uma declaração protocolar, em meio a
sua zona de silêncio diante dos escândalos do governo do qual faz parte:
"o crime organizado alimenta a corrupção, que alimenta o crime
violento. Boa parte dos homicídios está relacionada à disputa por tráfico de drogas
ou dívida de drogas. Por outro lado, a corrupção esvazia os recursos públicos
que são necessários para implementar políticas de segurança públicas
efetivas".
De Brasília (DF), por Brasil 247, em
04/02/2019, às 05h02
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