STF julga 4ª
feira ações que questionam Lei de Responsabilidade
Fiscal
Supremo Tribunal Federal deve julgar 4ªfeira ações que questionam
legalidade
da Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada em 2000
(Foto: Arquivo/Rosinei Coutinho/SCO/STF)
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar na quarta-feira (27) oito
ações que chegaram à Corte na década passada e que questionam a legalidade de
artigos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), aprovada em 2000 para
estabelecer normas de gestão fiscal para as finanças públicas dos governos
federal, estaduais e municipais, além de punições para o descumprimento das
medidas.
Os principais questionamentos contra a LRF foram feitos ao Supremo pelo
PCdoB e PT e associações de membros dos Ministérios Público Federal e de
Contas. Todos afirmam que a norma não poderia ter estabelecido limite de gastos
com o pagamento do funcionalismo dos estados. Conforme o entendimento, os
estados têm autonomia financeira garantida pela Constituição.
Com a LRF, o limite de gastos com pessoal da União passou a ser de 50%
das receitas e de 60% para os estados e municípios.
Outra questão que deve ser debatida durante o julgamento é a manutenção
de uma decisão do STF que considerou inconstitucional o artigo 23 da mesma lei.
Regras
De acordo com o dispositivo, quando os gastos com pessoal forem
superiores ao limite estabelecido pela lei, os estados, o Distrito Federal e o
governo federal deveriam reduzir em 20% as despesas com cargos comissionados e
funções de confiança, promover a redução da jornada de trabalho e dos salários
ou demitir servidores não estáveis.
Em 2002, o STF considerou o texto inconstitucional porque a Constituição
determinou que os salários dos trabalhadores são irredutíveis.
Neste mês, diante da situação precária das contas públicas, secretários
da Fazenda de alguns estados enviaram carta ao Supremo na qual defendem a
revogação da decisão e a manutenção da possibilidade de redução da jornada e
dos salários como forma de equilibrar as contas.
Em novembro do ano passado, a Secretaria do Tesouro Nacional informou
que 14 estados superaram o limite de gastos com pessoal previsto na Lei de
Responsabilidade Fiscal.
De acordo com o Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais de 2018,
divulgado pelo Tesouro, os estados que descumpriram a regra foram Minas Gerais,
Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,
Mato Grosso, Sergipe, Acre, Paraíba, Roraima, Paraná, Bahia, Santa Catarina e
Alagoas.
Aumento de gastos
O Tesouro informou também que a maior parte do aumento de gastos com
pessoal entre 2012 e 2017 correspondeu às despesas com servidores inativos
(aposentados e pensionistas).
Esses gastos cresceram mais que as receitas, que ficaram estagnadas
nesses anos, deteriorando as contas locais ao gerarem déficits fiscais cada vez
maiores.
Apenas de 2016 para 2017, as despesas com pessoal nos estados e no
Distrito Federal subiram R$ 25 bilhões, alta nominal de 6,7% e real (descontada
a inflação) de 3,75%.
André Richter - Repórter da Agência Brasil, em 25/02/2019,
às 07h30
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