Peça ajuda
humanitária, presidente Zé de Abreu

A
Venezuela é aqui. No Brasil, a desigualdade cresce há 16 trimestres
consecutivos, ou seja, desde que a presidente Dilma Rousseff foi derrubada sem
crime de responsabilidade. O desemprego se mantém em alta e cresce em todas as
capitais. E o que se vê no horizonte é ainda mais grave, com a perspectiva de
que os idosos de hoje e de amanhã sejam jogados na miséria, com o fim das
aposentadorias públicas.
Se
não bastasse a destruição econômica, o Brasil vive a mais profunda degradação
ética e moral. A ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, acusada de
sequestrar uma criança indígena, discursa nas Nações Unidas e "se
esquece" de citar o nome de Marielle Franco – aliás, quem matou Marielle e
Anderson? O ministro da Educação, Vélez Rodriguez, aquele que chama brasileiros
de ladrões e canibais, pede às escolas que filmem crianças recitando o slogan
de Jair Boisonaro – heil, Hitler. E o inacreditável chanceler Ernesto Araújo
sugere que se abra um corredor de passagem na Amazônia para que soldados
americanos promovam a primeira guerra na América do Sul, em 150 anos.
Tudo
isso é absurdo e grotesco, mas a sociedade brasileira tem se mostrado incapaz
de se levantar com as próprias pernas. Ela se mantém encurralada por meios de
comunicação que ainda apoiam Jair Bolsonaro, justamente porque ele oferece uma
cenoura ao capital: a promessa de que liquidará com as aposentadorias e com o
que resta de estado de bem-estar social no Brasil.

Diante
disso, a melhor notícia do ano foi a decisão do ator José de Abreu de se
autoproclamar presidente da República, assim como fez Juan Guaidó na Venezuela.
Zé de Abreu já declarou que "nossa bandeira jamais será laranja" e
prometeu acabar com aposentadorias e pensões especiais das mais variadas castas
da sociedade – incluindo filhas casadas que fingem ser solteiras, como a Maitê
Proença. Também prometeu indultar o ex-presidente Lula, que, em condições
democráticas normais, hoje seria presidente da República. Afinal, o país que
prende opositores para impedi-los de disputar eleições é o Brasil – não a
Venezuela.
Zé
de Abreu, no entanto, não será capaz de libertar o Brasil da opressão, da
burrice, da ignorância e do obscurantismo sem ajuda internacional. É urgente
que os democratas de todas as partes do mundo o apoiem na construção de uma
frente internacional de ajuda humanitária para que o Brasil volte a ser Brasil.
(*) - Leonardo Attuch é jornalista e diretor responsável pelo site 247. Publicado em 247 em 26/02/2019
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