O DELÍRIO DE TRUMP
Inocêncio Nóbrega (*)
Dois
presidentes norte-americanos deliraram ao pretenderem trazer de volta à Cuba a
submissão imperialista. O primeiro, John Kennedy, fracassou, e o segundo,
George W. Bush, desistiu. As agressões militares à brava Ilha, começaram em
abril de 1961, com ataque à Baía dos Porcos, na Praia Girón, meses após Fidel
Castro declarar, em público, que seu país seguiria os caminhos socialistas. Uma
voz até hoje não assimilada pelos EE. UU., que mantém bloqueio econômico,
punindo a quem aderir à ideologia revolucionária. O plano de invasão,
trabalhado pela Cia, usaria os dissidentes cubanos, residentes em Flórida, numa
operação que absorveria um gasto de US$ milhões para treinar 1.400 homens, na
base de Useppa Island. Todavia, o vazamento da ideia fez com que Fidel, com ajuda
dos países do Bloco Leste, preparasse, adequadamente, as forças de resistência,
as quais saíram vitoriosas.
Nova
tentativa veio anos depois, em 2002, desta feita com Raul Castro no comando do
poder. A estratégia é cercá-lo diplomaticamente, servindo-se de incidentes,
artificialmente provocados, a começar pelo presidente mexicano Vicente Fox,
Peru e Uruguai. Esses três haviam proposto à ONU moção contra possível violação
de direitos humanos, no que foi constatada sua inexistência. Foram aqueles
incitados por W. Bush o qual, em discursos cada vez mais inflamados, oferecia
prêmios bilionários àqueles, mesmo à
força, “reconquistassem o domínio estadunidense sobre o território caribenho”.
Não vingou, também, ante à mobilização preventiva dos civis cubanos, convocados
para a defesa.
O delírio
não para aí, agora Venezuela vem sendo alvo das louquices de Donald Trump, estimulando
governos lacaios da região, sob falso argumento de restauração democrática
nessa nação. Atinge os brios desse povo, manifestados no arraigado amor às
liberdades, soberania e patrimônio nacionais, a exemplo do petróleo, ora sob
risco dos abutres internacionais. Dizemos muito bem no nordeste brasileiro:
“quando o diabo não vem manda o secretário”.
Em bom
momento, ouvida maioria de seus mandatários, o Brasil optou por uma posição
menos agressiva, sem abdicar, contudo, de seu alinhamento ao Pentágono. Apercebeu-se
de ser parceiro nesse processo de intervenção, para eles a “ajuda humanitária”
é fundamental. Tem característica e
origem do lawfare, igualmente letal. É,
apenas, uma senha, uma isca, expondo-nos para satisfazer interesses que não
nossos. Seria quebrarmos nossa secular política de paz e harmonia,
especialmente em relação aos nossos irmãos do Continente. Afinal, os povos têm um lugar ao sol, não nos
cabendo interferir nas suas atitudes.
(*) - Inocêncio Nóbrega é Jornalista - inocnf@gmail.com Publicado em 28/02/2019
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