Com medo,
ex-funcionário de barragem em Brumadinho pediu demissão
Funcionário entre 2013 e
2016, Silas Fialho relatou temor por rompimento da barragem
do Córrego do Feijão (Foto:
PR/Fotos Públicas)
Construída nos anos 1970, a barragem da Vale do Córrego Feijão,
em Brumadinho (MG), já era motivo de apreensão entre os moradores da
cidade muito antes da tragédia que ocorreu na última sexta-feira (25). O
assistente administrativo Silas Fialho, de 34 anos, que trabalhou como
balanceiro na mina do Córrego do Feijão entre 2013 e 2016. À “Exame”, ele
contou que sentia medo de trabalhar no local e saiu por não confiar na
estrutura, construída usando uma tecnologia que hoje é considerada mais
propensa a acidentes.
“Eu sentia medo todos os dias, da hora que chegava à hora que ia para
casa. Pedi para me demitirem por esse motivo, muita gente sabia do risco. Deu
tempo de ficar vivo”, diz Fialho, que mora em Brumadinho e perdeu um primo na
tragédia.
Em uma reunião extraordinária da Câmara de Atividades Minerárias, da
Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais, em dezembro do ano passado, foi
citado o risco de a barragem desabar. No mesmo encontro, o órgão aprovou a
ampliação das atividades do complexo – que inclui a mina do Córrego do Feijão
–, de forma acelerada.
Júlio Cesar Dutra Grillo, representante do Ibama, se absteve na votação,
mas, em seu voto, afirmou que as barragens da região “não têm risco zero”:
“Muita gente aqui citou o problema de Mariana, de Fundão, e vocês têm um
problema similar. E ali é o seguinte, essas barragens não oferecem risco zero.
Em uma negligência qualquer de quem está à frente de um sistema de gestão de
risco, aquilo rompe”
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Entenda a tragédia
Uma barragem de rejeitos de mineração da mineradora Vale rompeu na
última sexta-feira (25) em Brumadinho, na região metropolitana de Belo
Horizonte. O rompimento foi na região do Córrego do Feijão.
Após o rompimento, enxurradas de resíduos de mineração e água atingiram
casas, estruturas da empresa, incluindo um refeitório, e veículos, cobrindo os
em questão de segundos. Entre as vítimas, estão moradores da região,
funcionários da Vale e hóspedes de uma pousada localizada na área.
Até agora, foram contabilizados 99 mortos, 57 deles identificados. Ainda
há 259 pessoas desaparecidas. A Vale prometeu eliminar barragens iguais à de
Mariana e Brumadinho. A empresa se comprometeu ainda a doar R$ 100 mil às
famílias das vítimas.
Nesta terça-feira (29), cinco pessoas foram presas suspeitas de
responsabilidade na tragédia – três funcionários da Vale e dois engenheiros da
TÜV SÜD, que prestavam serviço para a mineradora.
Por Yahoo Notícias, com informações da Revista
Exame, em 01/02/2019
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