Começa hoje
sexta reunião do ano do Copom; Selic deve cair 0,5 ponto
Sede do Banco Central do Brasil, BACEN (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Começa hoje (17), em Brasília, a sexta reunião deste ano do Comitê de
Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que vai definir a taxa básica
de juros – a Selic. A reunião do Copom termina amanhã (18), quando o valor da
Selic será anunciado.
Segundo a última pesquisa do BC ao mercado financeiro, a expectativa é
de que o Copom mantenha o ciclo de redução na Selic e faça mais um corte 0,5 ponto
percentual na taxa, que atualmente está 6%, em momento de economia ainda em
recuperação. A previsão do mercado financeiro para o crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é
0,87%, neste ano.
Na última reunião, no final de julho, o Copom iniciou um ciclo de
cortes, reduzindo a Selic em 0,5 ponto percentual para 6% ao ano. A expectativa
do mercado financeiro é de que esse ciclo se encerre em outubro, com outro
corte de 0,5 ponto percentual. Em dezembro, na última reunião do ano, não há
expectativa de redução da Selic, que encerrará 2019 em 5% ao ano, se as
previsões das instituições financeiras consultadas pelo BC se efetivarem.
Na ata da última reunião, o Copom informou que poderia continuar
reduzindo a taxa básica de juros nos próximos meses. “O Comitê avalia que a
consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir
ajuste adicional no grau de estímulo [monetário, ou seja, corte da Selic]”. O colegiado
ressaltou que “dados sugerem possibilidade de retomada do processo de
recuperação da economia brasileira, que tinha sido interrompido nos últimos
trimestres”.
Meta de inflação
A taxa básica de juros é o principal instrumento do banco para alcançar
a meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Neste ano,
a meta é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. Para o mercado
financeiro, a inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) deve ficar abaixo do centro da meta, em 3,54%. Para 2020, a
previsão também está abaixo da meta (4%), em 3,82%.
Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito
e incentivar a produção e o consumo. Para cortar a Selic, o Copom precisa estar
seguro de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da
meta de inflação.
O Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto
– comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros
próxima ao valor definido na reunião do Copom.
A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a
taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional,
registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
(Selic).
Histórico
De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa Selic foi mantida em 7,25% ao
ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% em julho de
2015. Nas reuniões seguintes, a taxa foi mantida nesse patamar.
Em outubro de 2016, foi iniciado um longo ciclo de cortes, quando a taxa
caiu 0,25 ponto percentual para 14% ao ano.
O processo durou até março de 2018, quando a Selic chegou a 6,5% ao ano,
e depois disso foi mantida pelo Copom nas reuniões seguintes, até julho deste
ano, quando foi reduzida para 6% ao ano.
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro são feitas
apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias
brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia,
os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e
definem a Selic.
De Brasília, por Agência Brasil, publicado
em 17/09/2019, às 06h10
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