Anvisa faz
alerta sobre túneis e câmaras de desinfecção de pessoas
Adoção desse mecanismo não
invalidaria o vírus dentro do corpo humano
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
divulgou uma nota na qual afirma “faltar evidências científicas” de que o uso
de estruturas como câmaras, cabines e túneis para desinfecção de pessoas tenha
eficácia, enquanto medida preventiva contra o novo coronavírus (covid-19).
De acordo com a autoridade sanitária, “a duração de
20 a 30 segundos para o procedimento não seria suficiente para garantir o
processo de desinfecção”. Além disso, a nota técnica, divulgada na noite desta
quarta-feira (13) pela Anvisa, reforça que a adoção desse mecanismo “não
inativaria o vírus dentro do corpo humano, além de poder causar danos à saúde
de quem se submetesse à desinfecção com saneantes aplicados diretamente na pele
e nas roupas”.
Ao citar algumas particularidades dos procedimentos
adotados para evitar a introdução e a disseminação do vírus em ambientes
controlados, como hospitais e laboratórios de alta segurança, a Anvisa
acrescenta que. embora tenham características comuns, ambientes hospitalares e
de laboratórios não são iguais, exigindo, portanto, “regras e protocolos
diferentes, uso de produtos e procedimentos seguros, práticas rígidas de
higienização das mãos, corpo, roupas, salas e utensílios, além de adotarem
equipamentos de proteção individual (EPIs) muito específicos, entre outras
características”.
Ainda de acordo com a nota técnica da Anvisa,
produtos químicos usados nos saneantes aprovados são destinados à limpeza e
higienização de superfícies como móveis, bancadas, pisos, objetos e paredes.
Tais produtos, ao entrarem em contato com a pele ou aplicados diretamente sobre
ela, “podem causar danos e efeitos adversos”, alerta a agência.
No caso do peróxido de hidrogênio, alerta a Anvisa,
sua inalação pode causar irritação no nariz, garganta e vias respiratórias,
podendo provocar bronquite ou até mesmo edema pulmonar. Outro produto usado em
alguns desses equipamentos, os quaternários de amônio podem causar irritação na
pele e nas vias respiratórias, além de reações alérgicas.
Quanto ao gás ozônio, até mesmo uma exposição leve
ou moderada produz problemas nas vias respiratórias e irritação nos olhos.
“Dependendo do tipo de exposição, pode causar desconforto respiratório e outros
danos, podendo levar a óbito”, complementa a nota.
De Brasília Pedro
Peduzzi, repórter da Agência Brasil, publicado em 14/05/2020, às 08h53
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