PMDB, no rádio e na TV, adota misto de aliado e oposição
A expressão ‘fogo amigo’, usada
para atribuir a um aliado críticas e ações de bastidores que não tenham a
autoria identificada, vale, atualmente, na relação entre PMDB e PT. Com mais
força no Congresso Nacional, o PMDB tem mandado recados duros para o Palácio do
Planalto e, ao mesmo tempo, comanda ações sem deixar de forma mais clara as
impressões digitais.
Em outras iniciativas, o PMDB
não tem meio termo e deixa o carimbo dos sonhos e dos desejos. É o que está
acontecendo nesse momento com as chamadas que o partido levou ao ar, nas
últimas duas semanas, no convite para os brasileiros acompanharem no rádio e na
televisão o programa que a sigla exibirá, nesta quinta-feira, antes do Jornal
Nacional, da Rede Globo. No programa, sinais de insatisfação, de um aliado,
mas, também, de um partido crítico e independente em relação ao Governo
Federal.
O programa do PMDB, a ser
levado ao ar, nesta quinta-feira, em rede nacional de rádio e televisão, de
acordo com as informações que vazaram sobre o conteúdo da mensagem
peemedebista, o partido dá alfinetadas ao dizer que não são as “estrelas” que
guiarão o partido e o país, mas serão as escolhas que apontarão caminhos. A
estrela é o símbolo do PT. O PMDB reafirma que, em primeiro lugar, está o País.
Ou seja, uma mensagem cheia de recados. > Para ler mais sobre esta matéria, clic abaixo, em:
Para o marqueteiro Elsinho
Mouco, que assina a peça, a frase “é mais poética do que política”: “A intenção
é reforçar que nada na vida cai do céu e que são as escolhas que nos levam a
ser o que somos”.
Em sua primeira aparição na peça,
o vice-presidente, Michel Temer, defenderá uma agenda positiva para o Brasil.
Diz que a apuração de irregularidades não pode paralisar a vida produtiva do
país.
Ele reforçará apoio à reforma
política e à liberdade “plena de informação”. O PT defende um projeto de
regulamentação da mídia.
Temer dirá que o ajuste fiscal
fortalecerá a economia e que serão sustentados os programas sociais, sem citar
os governos Lula ou Dilma.
O comercial trará depoimentos
dos seis ministros do PMDB que ocupam pastas no governo Dilma, mas sem
referência à presidente: Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu
(Agricultura), Edinho Araújo (Portos), Helder Barbalho (Pesca), Eliseu Padilha
(Aviação Civil) e Vinicius Lages (Turismo).
O presidente do Senado, Renan
Calheiros (AL), afirmará que seu cargo exige humildade e perseverança para
fazer as mudanças que o país requer. E que colocará em pauta temas de interesse
da sociedade e que tragam “benefícios para os brasileiros”.
Já Eduardo Cunha (RJ),
presidente da Câmara, citará a reforma política e dirá que mostrará que “os
escolhidos” para representar a sociedade “são capazes de cuidar dela”.
O líder do PMDB no Senado,
Eunício Oliveira (CE), dirá que o “mar de crises que invade o noticiário”
mostra ser urgente mudar a forma de fazer política no Brasil.
Desde a reeleição de Dilma, o
PMDB tem se queixado da falta de interlocução com a presidente e de acesso às
decisões centrais do governo.
Nos bastidores, petistas se
queixaram dos comerciais curtos do PMDB na TV exibidos nos últimos dias, peças
que já ignoravam Dilma.
“Não ter a presença da
presidente Dilma, nem citação ao Partido dos Trabalhadores, é absolutamente
natural. O programa é peemedebista, não governista”, diz Mouco.
Nesta quarta, o ministro Pepe
Vargas (Relações Institucionais) afirmou que o governo tem de fazer um
“mea-culpa” sobre a maneira como trata o PMDB, e que os resultados positivos
das gestões Lula e Dilma devem ser atribuídos não só ao PT, mas a toda base
aliada.
Com conteúdo do site Ceará Agora, 26/02/2015
Com conteúdo do site Ceará Agora, 26/02/2015
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