terça-feira, 30 de junho de 2015

Opinião - Artigo

OS ESTAFETAS
 Por Inocêncio Nóbrega (*)
            Há um rifão popular que diz: quando o diabo não vem manda o secretário. A mais nova armadilha norte-americana: sondagens e estudos preliminares para possíveis ações futuras, políticas, econômicas ou militares, em países fora de seu eqüilátero latino-americano de total dominação.  A seu serviço, faz dois anos que a blogueira oposicionista cubana Yoani Sanchez esteve no Brasil, na Bahia e no Congresso Nacional, emitindo repetitivas críticas às inegáveis conquistas sociais e na economia da nação caribenha. Parlamentares tucanos foram os principais mentores dessa presença. Embora sem vestirem a farda postal uma comitiva de oito senadores tucanos e atucanados, portando semelhante recado, rumou, nesse 18 de junho, à Venezuela. Pretendiam conversar com os opositores Daniel Ceballos e Leopoldo Lopez, acusados de liderar protestos golpistas e de incitação à violência, onde ao todo morreram 43 pessoas, inconformados com o insucesso eleitoral de Henrique Capriles, o Lacerda de lá.  Na prática, desejavam forçar a libertação de ambos, além de exigirem eleições parlamentares.
            De bilhete nas mãos, os estafetas planejavam desestabilizar a continuidade da nossa política externa.  Duvida-se que esses representantes verberaram uma só vez pela liberdade de presos políticos de Guatánamo. Aécio Neves, Agripino Maia, Aloysio Nunes, Cássio Cunha Lima, Ronaldo Caiado, Ricardo Ferraço e Sérgio Petecão, de vários partidos da direita, não se deram conta de que atos desse tipo violam  os princípios de autonomia de um país, garantida pela sua  Constituição. Retornaram sem materializar o recado de que se encarregara, pois foram surpreendidos por manifestantes, postados na saída do aeroporto de Caracas.  A missivista, que trabalha para a CIA,  Yoani Sanchez,  também  impedida de exibir seu documentário em Salvador,  “Conexão Cuba Honduras”.
            Nova Comissão do Senado, integrada por uma ala mais progressista, é formada, e no dia 25 desse mês, já na capital caraquenha manteve reuniões com familiares de Vítimas das Guarimbas, Ministério Público, ministra das Relações Exteriores, presidentes da Assembleia Nacional e do Parlasul, deputado Saul Ortega. Foram consertar a patetice de seus colegas, levando aos irmãos da Venezuela a palavra do Brasil de não interferência nos seus destinos políticos, porquanto, segundo o senador do PDT, Telmário Mota, numa rasgada bem brizolista, “Venezuela é a nossa parceira”. Claro, resta aos frustrados a certeza de que as revoluções de Cuba e Bolivariana são a voz de um povo livre das Américas! Podem tirar os cavalos da chuva.
(*)  - Inocêncio Nóbrega é Escritor, jornalista cronista e articulista (inocnf@gmail.com)

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