OS ESTAFETAS
Por Inocêncio
Nóbrega (*)
Há um rifão
popular que diz: quando o diabo não vem manda o secretário. A mais nova
armadilha norte-americana: sondagens e estudos preliminares para possíveis
ações futuras, políticas, econômicas ou militares, em países fora de seu
eqüilátero latino-americano de total dominação. A seu serviço, faz dois anos que a blogueira
oposicionista cubana Yoani Sanchez esteve no Brasil, na Bahia e no Congresso
Nacional, emitindo repetitivas críticas às inegáveis conquistas sociais e na
economia da nação caribenha. Parlamentares tucanos foram os principais mentores
dessa presença. Embora sem vestirem a farda postal uma comitiva de oito
senadores tucanos e atucanados, portando semelhante recado, rumou, nesse 18 de
junho, à Venezuela. Pretendiam conversar com os opositores Daniel Ceballos e
Leopoldo Lopez, acusados de liderar protestos golpistas e de incitação à
violência, onde ao todo morreram 43 pessoas, inconformados com o insucesso
eleitoral de Henrique Capriles, o Lacerda de lá. Na prática, desejavam forçar a libertação de
ambos, além de exigirem eleições parlamentares.
De bilhete
nas mãos, os estafetas planejavam desestabilizar a continuidade da nossa
política externa. Duvida-se que esses representantes
verberaram uma só vez pela liberdade de presos políticos de Guatánamo. Aécio
Neves, Agripino Maia, Aloysio Nunes, Cássio Cunha Lima, Ronaldo Caiado, Ricardo
Ferraço e Sérgio Petecão, de vários partidos da direita, não se deram conta de
que atos desse tipo violam os princípios
de autonomia de um país, garantida pela sua
Constituição. Retornaram sem materializar o recado de que se
encarregara, pois foram surpreendidos por manifestantes, postados na saída do
aeroporto de Caracas. A missivista, que
trabalha para a CIA, Yoani Sanchez, também impedida de exibir seu documentário em
Salvador, “Conexão Cuba Honduras”.
Nova
Comissão do Senado, integrada por uma ala mais progressista, é formada, e no
dia 25 desse mês, já na capital caraquenha manteve reuniões com familiares de
Vítimas das Guarimbas, Ministério Público, ministra das Relações Exteriores,
presidentes da Assembleia Nacional e do Parlasul, deputado Saul Ortega. Foram
consertar a patetice de seus colegas, levando aos irmãos da Venezuela a palavra
do Brasil de não interferência nos seus destinos políticos, porquanto, segundo o
senador do PDT, Telmário Mota, numa rasgada bem brizolista, “Venezuela é a
nossa parceira”. Claro, resta aos frustrados a certeza de que as revoluções de
Cuba e Bolivariana são a voz de um povo livre das Américas! Podem tirar os
cavalos da chuva.
(*) - Inocêncio Nóbrega é Escritor, jornalista cronista e articulista (inocnf@gmail.com)
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