Agosto
chegando ao fim e o Brasil merece paz
Agosto, mês do desgosto. Assim
vaticinavam os colunistas políticos que esperavam que o Brasil vivesse uma nova
tragédia política neste agosto de 2015.
Foi num dia 24 de agosto, o de
1954, que Getúlio Vargas se matou. E foi num dia 25, o de 1961, que Jânio
Quadros renunciou à presidência da República, num movimento que colocou em
marcha as engrenagens para o golpe militar de 1964.
Antes desse agosto de 2015, bem
que a presidente Dilma Rousseff avisou não ter vocação nem para Getúlio, nem
para Jânio. Mas muitos preferiam não escutá-la. E tentaram fazer de tudo para
que ela sofresse um processo de impedimento pelas chamadas 'pedaladas fiscais'
– um caso já adiado para outubro.
Turbulências, de fato,
aconteceram. No dia 16, milhares de pessoas foram às ruas, em várias capitais,
pregando o 'Fora, Dilma!'. Como rescaldo desse movimento, a direita brasileira
tem desfilado em pontos de alta concentração urbana com um boneco do
ex-presidente Lula vestido como presidiário. Da mesma forma, uma militante da
União da Juventude Socialista furou o boneco e outros prometeram furar quantos
mais forem lançados pela extrema direita.
Nesse carnaval político, todos
puderam se manifestar, mas o fato é que a elite brasileira vem clamando por um
mínimo de paz. Em entrevistas recentes, empresários de peso, como Abílio Diniz
(Brasil Foods), Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Roberto Setúbal
(Itaú-Unibanco), Rubens Ometto (Cosan) e Robson Andrade (CNI), têm clamado por
respeito às urnas e um mínimo de apoio para que a presidente Dilma tenha
governabilidade.
No entanto, ninguém se manifestou
de modo tão oportuno como o procurador-geral da República, ao arquivar uma das
representações movidas pelo PSDB a respeito das eleições presidenciais de 2014.
"Não interessa à sociedade que as controvérsias sobre a eleição se
perpetuem: os eleitos devem poder usufruir das prerrogativas de seus cargos e
do ônus que lhes sobrevenham. Os derrotados devem conhecer sua situação e se
preparar para o próximo pleito", disse ele.
Ainda falta um dia para o mês de
agosto chegar ao fim, mas o fato é que o Brasil merece paz. Sem ela, a economia
não sairá do atoleiro em que se encontra e o 'quanto pior, melhor' não deveria
interessar a nenhuma liderança política do País. Nem aos que pretendem ser
governo amanhã.
Fonte: WWW.brasil24/7, 31/08/2015
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