Documento apreendido pela
Procuradoria Geral da República (PGR) dá conta de que o presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu R$ 45 milhões do Banco BTG
Pactual em troca da aprovação de uma emenda provisória para beneficiar o banco.
A anotação foi encontrada por
agentes da Polícia Federal na casa de Diogo Ferreira, chefe de gabinete do
senador Delcídio do Amaral (PT-MS), e preso com ele na quarta-feira (25) em
decorrência da Operação Lava Jato.
Segundo os investigadores, o
documento faz parte de um conjunto de papéis que possivelmente constituía um
roteiro de ação de Delcídio junto a ministros do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) e do Supremo (STF) para tentar soltar o ex-diretor da Petrobras Nestor
Cerveró, que também está preso pela Lava Jato.
No verso, conforme publicação da
Folha de São Paulo, há um escrito com referência ao BTG. A PGR, contudo, não
diz se é uma anotação manuscrita.
"Em troca de uma emenda à
medida provisória nº 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco
Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais de tal
massa, pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de 45 milhões de
reais", diz o documento.
A anotação diz ainda que também
participou da operação o executivo do BTG Pactual Carlos Fonseca e uma outra
pessoa, chamada Milton Lira.
"Esse valor também possuía
como destinatário outros parlamentares do PMDB. Depois que tudo deu certo,
Milton Lira fez um jantar pra festejar", diz o texto, que diz que Cunha e
Esteves participaram desse encontro.
Aprovada no Congresso em 2013
(Cunha ainda não era presidente da Casa), a MP trata de operações bancárias, e
um artigo dela pode ter beneficiado diretamente o BTG Pactual.
O BTG comprou o antigo banco
Bamerindus em janeiro de 2013 por R$ 418 milhões. O maior ativo do banco que
sofreu intervenção em 1997 e estava em liquidação extrajudicial eram seus
créditos tributários, cerca de R$ 1,5 bilhão, o que permitiu ao BTG reduzir os
impostos a pagar.
Cunha nega as acusações:
"absurdo"
Eduardo Cunha diz que é "um
absurdo" o papel ligando seu nome ao recebimento de dinheiro por parte do
BTG Pactual para alterar a medida provisória de interesse do banco.
"Parece armação", disse o peemedebista à Folha de São Paulo.
Cunha afirmou também que não conhece
o chefe de gabinete de Delcídio do Amaral, Diogo Ferreira, em cuja casa foi
apreendido o papel. O peemedebista afirma que ele, Ferreira, é quem deve
explicações sobre o escrito.
Seu advogado no caso Lava Jato,
Antônio Fernando de Souza, disse no começo da noite de domingo que só poderia
avaliar o documento caso ele esteja oficialmente em algum processo referente a
Cunha.
Publicado em 29/11/2015, no Brasil247
(Assegure, já, a vaga do seu filho!)
Nenhum comentário:
Postar um comentário