Agricultura familiar
terá R$ 30 bilhões em crédito para a safra 2016/2017
A presidenta Dilma Rousseff e o ministro Patrus Ananias
na cerimônia de lançamento do
Plano Safra da Agricultura Familiar (Foto: Roberto Stuckert
Filho/PR)
Os agricultores familiares
contarão com R$ 30 bilhões para o financiamento de projetos individuais ou
coletivos destinados à produção de alimentos básicos. O valor foi divulgado
nesta terça-feira pelo governo federal, durante cerimônia de anúncio do Plano
Safra da Agricultura Familiar 2016/2017.
Haverá crédito para os
agricultores e manutenção de juros abaixo da inflação. Os agricultores que
produzem alimentos com impacto direto nos índices da inflação terão juros
reduzidos para 2,5% ao ano. A taxa atual é 5,5%.
“Nossa intenção é garantir que os
alimentos que o povo consome diariamente sejam mais acessíveis, saudáveis e
produzidos de forma sustentável. Por isso, a redução de juros será aplicada
também no financiamento da produção orgânica e agroecológica”, disse o ministro
do Desenvolvimento Agrário (MDA), Patrus Ananias, durante o lançamento do
plano.
O número atende à reivindicação
da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que em
abril apresentou o pedido à presidenta Dilma. No ano passado, R$ 28,9 bilhões
foram oferecidos para o período 2015/2016, mas, de acordo com o MDA, apenas R$
22 bilhões devem ser contratados até o fim da vigência do plano, no mês que
vem.
Entre as prioridades do Plano
Safra da Agricultura Familiar deste ano estão a ampliação da produção de
alimentos saudáveis com base agroecológica, o estímulo ao plantio de produtos
que contribuem para o controle da inflação e aumento da oferta de políticas
públicas para a juventude rural.
Para os jovens estão previstas
ações como 32 mil vagas no Pronatec Campo, instalação de mais de mil
bibliotecas e destinação de 30% dos lotes aos jovens nos novos projetos da
reforma agrária.
O decreto quer cria o Plano
Nacional de Juventude e Sucessão Rural também foi assinado durante o evento, no
Palácio do Planalto, em Brasília. O ministro disse que R$ 31 milhões serão
destinados à assistência técnica e extensão rural.
Segundo o ministério, a
agricultura familiar é responsável pela produção de cerca de 50% dos produtos
da cesta básica, como arroz, feijão, batata, trigo, café e leite. As operações
de custeio, que antes eram limitadas a R$ 100 mil, poderão chegar a R$ 250 mil.
Nos investimentos, o valor máximo subirá de R$ 150 mil para R$ 330 mil.
De acordo com o governo, as
linhas específicas para os assentados da reforma agrária e para um dos grupos
do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) terão
juros de 0,5% a 1,5%. O valor será de até 5,5% para as demais operações.
Segundo Patrus Ananias, o Plano
Safra 2016/2017 mantém o compromisso do governo federal de continuar avançando
em direção a um projeto de desenvolvimento rural e sustentável com base na
agricultura familiar e na reforma agrária.
“Um plano que, diante do cenário
econômico e político, atesta o compromisso, sob liderança da presidenta Dilma,
com a agricultura familiar, a produção alimentos saudáveis e construção de um
modelo de desenvolvimento sustentável para o país”, afirmou.
Amanhã, a presidenta Dilma
Rousseff deve informar o volume de dinheiro disponível para o Plano Safra da
Agricultura empresarial.
De Brasília, Paulo
Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil, 03/05/2016, às 19h42
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