Votação do processo de
impeachment no plenário do Senado pode durar dois dias
A Comissão Especial do Impeachment no Senado aprovou o parecer
favorável à
admissibilidade do processo de afastamento da presidenta Dilma
admissibilidade do processo de afastamento da presidenta Dilma
(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Ao final da reunião de hoje (6),
o presidente da comissão especial que aprovou a admissibilidade
do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, Raimundo Lira (PMDB-PB),
disse que o próximo passo do processo – votação do relatório de Antonio
Anastasia (PSDB-MG) em plenário – pode levar dois dias. Com isso, a expectativa
é que a conclusão dessa etapa só ocorra na quinta-feira (12). A demora deve-se
ao fato de que, na próxima votação, cada um dos 81 senadores terá 15 minutos
para se manifestar, o que pode resultar em pelo menos 20 horas de debates.
O presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), que vai presidir a sessão no plenário, ainda não decidiu
se a defesa de Dilma terá mais uma oportunidade de se manifestar antes da
votação que pode afastar a presidenta do cargo por 180 dias.
Resultado
O relatório de Anastasia foi
aprovado por 15 votos favoráveis e cinco contrários. O placar na comissão
especial já era esperado por governistas e oposicionistas. O líder do governo
na Casa, Humberto Costa (PT-PE), reafirmou que a base aliada agora vai se
dedicar a estratégia de ampliar o apoio no plenário. Costa, por mais de uma
vez, criticou a composição do colegiado e disse que os nomes foram escolhidos a
dedo. “Acredito que vamos conseguir um bom resultado na votação do plenário”,
afirmou. Fátima Bezerra (PT-RN) reforçou as críticas. “O processo está
contaminado. É um dia de luto”, avaliou.
Do outro lado, a oposição
comemorou o placar, e senadores do DEM e PSDB, entre eles, Ronaldo Caiado
(DEM-GO), voltaram a tecer críticas ao que chamaram de “maquiagem de contas” e
“contabilidade criativa” por parte do governo e declararam estar ainda mais
otimistas com o resultado no plenário da Casa.
Em defesa do processo, Antonio
Anastasia afirmou que esperava um debate acalorado. O relator disse que os
impasses são naturais, mas avaliou que a base aliada extrapolou. O mineiro
classificou como “mau caratismo” os ataques que sofreu de governistas nos
últimos dias de reuniões da comissão, que concluiu o processo em duas semanas
de trabalho.
De Brasília, Carolina
Gonçalves e Karine Melo - Repórteres da Agência Brasil, 06/05/2016, às 15h19
Nenhum comentário:
Postar um comentário