"Só pelo golpe
conseguirão fazer o que pretendem com o pré-sal"
Em entrevista à Agência Pública,
a presidente Dilma Rousseff voltou a rechaçar as medidas do governo interino de
Michel Temer e lembrou que essas propostas não encontram respaldo na população:
“Alterar o regime de partilha é, de fato, um absurdo. Eles jamais conseguiriam
fazer com o pré-sal o que pretendem sem ser através de métodos absolutamente fraudulentos
e golpistas. Por eleição direta não fariam. E eles não ganham eleição direta há
muitos anos. Então, eu acho que tentaram encurtar o caminho... Eles também vão
reduzir a saúde, acabar com o Minha Casa, Minha Vida. Já acabaram! Porque
acabaram já com a faixa 1. A faixa 1 é a faixa pobre do Oiapoque ao Chuí”,
completou.
Dilma falou também sobre os
efeitos das manobras golpistas para a democracia da América Latina. “Eu acho
que é uma nova forma de retirar governos que criam descontentamento [em relação]
à oligarquia econômica, ou política, ou um grupo de interesses, que se
considera descontente em relação a alguma das características do governo em
exercício. Aí o que eles fazem? Dão um golpe parlamentar. Em que consiste um
golpe parlamentar? Ele não é igual a um golpe militar. Um golpe militar não só
extingue o governo em questão, mas acaba também com o regime democrático. Tem
uma característica: você tira o governo e mantém o regime democrático”,
destacou a presidente.
Segundo ela, essas manobras têm
um preço. “Você compromete suas instituições, você cria cicatriz na sociedade.
Você, muitas vezes, impede a recomposição do tecido democrático. Então tem uma
consequência grave. E acho que criará, na América Latina, uma instabilidade”,
afirmou.
De Brasilia, Brasil 247, 29/06/2016, às 10h45
De Brasilia, Brasil 247, 29/06/2016, às 10h45
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