Golpe
fracassa e a recessão se aprofunda

O golpe parlamentar de 2016, que começou a ser construído um dia
após a vitória da presidente Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de 2014,
colocou a economia brasileira num buraco tão fundo, que produziu um resultado
inédito: uma queda de mais de 10% do faturamento das empresas brasileiras de
capital aberto, no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo
período do ano passado.
É o que revela a manchete do Valor Econômico desta segunda-feira:
"Receita das empresas cai e mostra crise permanente".
Esse desastre econômico, produzido pelas próprias elites
brasileiras, que deram suporte ao golpe contra a presidente Dilma Rousseff,
comprova que a estratégia se revelou um tiro no próprio pé, uma vez que o tombo
das empresas é inédito.
A crise econômica brasileira passou por três etapas distintas. Um
dia depois da derrota na disputa presidencial de 2014, o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) se aliou ao ex-deputado Eduardo Cunha e colocou em prática a política
do "quanto pior, melhor", sabotando o ajuste fiscal proposto por
Dilma e seu ministro Joaquim Levy e, mais grave ainda, pondo em discussão as
chamadas pautas-bomba.
Quando Dilma foi afastada provisoriamente, no dia 12 de maio deste
ano, Michel Temer e Henrique Meirelles entraram em cena, ampliando o déficit
fiscal de R$ 70 milhões para R$ 172 bilhões. Ou seja: o governo decidiu
engordar para depois emagrecer, concedendo aumentos e benesses a diversas
categorias do funcionalismo. Era uma forma de sedimentar o apoio ao
impeachment.
Depois de 31 de agosto, com a confirmação do golpe parlamentar no
Senado, a agenda passou a ser meramente recessiva, com medidas como a PEC que
congela gastos por vinte anos.
Resultado: os estados estão quebrados (o Rio de Janeiro é apenas o
primeiro da fila), mais de 12 milhões de brasileiros estão desempregados e a
receita das empresas brasileiras cai 10%, o que aprofundará ainda mais o rombo
fiscal, a recessão e o desemprego. Além disso, os investimentos desapareceram,
uma vez que, segundo o banco Goldman Sachs, metade dos projetos vinha de
empresas atingidas pela Lava Jato, como as empreiteiras.
Decorridos mais de seis meses de governo Temer, o discurso da
herança maldita não cola mais e a conta da destruição econômica do Brasil
fatalmente chegará para que os lançaram o País nesse pesadelo.
De Brsília, Brasil 247, 21/11/2016, às 08h28
Nenhum comentário:
Postar um comentário