Carmen
Lúcia encara o Congresso e diz que não se pode calar a Justiça
A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia,
criticou, em nota, a decisão do Congresso Nacional, que, na noite de ontem,
retalhou a proposta das "10 medidas contra a corrupção" e incluiu no
pacote a punição a juízes e procuradores por abuso de autoridade.
Leia, abaixo, sua nota:
A presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Carmen Lúcia,
reafirma o seu integral respeito ao princípio da separação de poderes. Mas não
pode deixar de lamentar que, em oportunidade de avanço legislativo para a
defesa da ética pública, inclua-se, em proposta legislativa de iniciativa
popular, texto que pode contrariar a independência do Poder Judiciário.
Hoje, os juízes respondem pelos
seus atos, na forma do estatuto constitucional da magistratura.
A democracia depende de poderes
fortes e independentes. O Judiciário é, por imposição constitucional, guarda da
Constituição e garantidor da democracia. O Judiciário brasileiro vem cumprindo
o seu papel. Já se cassaram magistrados em tempos mais tristes. Pode-se tentar
calar o juiz, mas nunca se conseguiu, nem se conseguirá, calar a Justiça.
De
Brasília, Brasil 247, em 30/11/2016, às 14h50
Viriato de Medeiros, 88l - Sobral (CE)
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