BNDES pede
assembleia extraordinária da JBS para discutir comando da empresa
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) pediu a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE)
do grupo JBS, com objetivo de discutir o comando da empresa. O banco é sócio
minoritário da companhia comandada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, com
21,3% das ações. Segundo o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, a AGE
deverá acontecer em breve.
A informação foi dada por Rabello nesta sexta-feira
(14), durante coletiva para o lançamento do Livro Verde – Nossa História
Tal Como Ela É, que destaca as principais atividades do banco no período
de 2001 a 2016.
Por conta da delação premiada de Joesley, em 17 de
maio, o grupo JBS chegou a perder R$ 3,5 bilhões em valor de mercado, causando
prejuízo ao BNDES e a outros acionistas minoritários, incluindo a Caixa
Econômica Federal, que detém 4,9% das ações. Questionado se o banco iria pedir
o afastamento dos irmãos Batista da JBS, o presidente confirmou que o assunto
será colocado em pauta na AGE.
“Isso é um assunto que é interna corporis [resolvido
internamente] dos sócios, nem eu posso responder. Porque nós estamos agindo em
bloco [com outros minoritários]. A AGE foi solicitada e ela deve ser marcada
nos próximos dias. Eu defendo o melhor para a companhia. Será jogado em pauta [na
AGE], mas não com o termo que foi utilizado [destituição], porque destituir a
gente destitui é rei”, afirmou Paulo Rabello.
Ele explicou que o motivo da convocação da AGE é
realizar uma apuração sobre o que ocorreu na JBS após a delação de Joesley, que
impactou negativamente nas ações empresas na bolsa de valores.
“Não significa dizer que a gente tem qualquer parti
pris [do francês, opinião preconcebida] de que o administrador causou
qualquer dano. Mas o que é fundamental é que se haja uma apuração. Isso é o que
o Brasil quer que seja feito, por que ele [o país] é investidor na companhia.
Queda de preço [de ações] momentâneo não é prejuízo, quando a ação sobe também
não é lucro. Governança profissionalizada é um objetivo do banco”, disse Paulo
Rabello.
Livro Verde
Entre os assuntos abordados no Livro Verde, está o
aumento da participação das micro, pequenas e médias empresas (MPME) nos
empréstimos do banco. No período entre 1996 e 2000, essa participação foi menos
de 15% do total, alcançando uma média de 32% entre 2011 e 2016. Também no setor
da agropecuária, que respondia por menos de 3% do total de empréstimos em 2010,
houve forte crescimento, passando para 18% do total, em 2016.
Os desembolsos médios totais do banco no país para
o setor de infraestrutura, entre 2011e 2016, foi de R$ 2,3 bilhões por ano no
setor de rodovias, R$ 2,1 bilhões em ferrovias, R$ 1,4 bilhão em portos e
hidrovias e R$ 1,3 bilhão em infraestrutura aeroportuária. Também houve
desembolso médio anual de R$ 4,1 bilhões para obras de mobilidade urbana.
Do Rio de Janeiro, Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil, 14/07/2017
19h02
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