Apesar de esforços de
Temer, mais dois tucanos declaram voto contra presidente
Presidente
Michel Temer (Foto: Jorge William/Agência O Globo)
Apesar das investidas do presidente Michel Temer para distensionar a
relação com o PSDB, novos deputados tucanos se posicionaram, na segunda-feira,
a favor da denúncia contra o peemedebista. Agora, já são 21 deputados do PSDB declaradamente
favoráveis às investigações contra o presidente, de uma bancada de 46
deputados. Outros 10 são contra, enquanto 15 se disseram indecisos ou não
responderam à enquete realizada pelo GLOBO.
Os mais recentes deputados
tucanos a se declararem a favor da denúncia foram Pedro Vilela (PSDB-AL) e João
Paulo Papa (PSDB-SP). Por outro lado, em partidos do chamado Centrão, Temer
ganhou dois votos. Foram os dos deputados Herculano Passos (PSD-SP) e Takayama
(PSC-PR).
A ofensiva lançada por Temer
sobre o PSDB tem por objetivo aumentar sua margem de votos para tentar barrar a
denúncia de que é alvo. Ao longo do fim de semana, o presidente ligou para
ministros tucanos para abafar o incômodo provocado por especulações de que
poderia tirá-los do cargo e ontem recebeu no Palácio do Planalto o ministro das
Cidades, Bruno Araújo, que vinha sinalizando a possibilidade de pedir para
deixar o governo. O discurso feito aos tucanos foi de pacificação, e os
ministros foram avisados de que, ao menos antes de votada a denúncia em
plenário, não há previsão de alterações no primeiro escalão.
Nas últimas semanas, tem se
intensificado a pressão pelo desembarque do governo por parte de uma ala
tucana, composta principalmente pelos chamados “cabeças pretas” e por alguns
caciques do partido, como os senadores Tasso Jereissati (CE) e Cássio Cunha
lima (PB). O PSDB votou, majoritariamente, contra Temer na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), dando cinco votos a favor da denúncia, e apenas
dois contra.
Após a votação na CCJ,
integrantes do Centrão passaram a cobrar, de forma enfática, que os quatro
ministérios hoje ocupados pelo PSDB sejam redistribuídos àqueles partidos que
demonstraram fidelidade na comissão. Mas, o governo já sinalizou que pretende
manter os tucanos nos cargos, ao menos até a votação da denúncia no plenário da
Câmara, prevista para o dia 02 de agosto. Desta forma, Temer espera não perder
mais votos entre os deputados do PSDB e escapar da denúncia.
De Brasília, Júnia Gama, em 18/07/2017 às 08h41
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