Contas
públicas têm déficit recorde de R$ 16,138 bilhões em julho
Setor público
consolidado registrou déficit nas contas públicas em
julho
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência
Brasil)
O setor público consolidado, formado por União,
estados e municípios, registrou déficit nas contas públicas em julho, de acordo
com dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (30) em Brasília.
O déficit primário, receitas menos despesas, sem
considerar os gastos com juros, ficou em R$ 16,138 bilhões. Esse foi o pior
resultado para o mês na série histórica iniciada em dezembro de 2001.
O resultado de janeiro a julho também foi o maior
para o período, chegando ao déficit primário de R$ 51,321 bilhões. Em 12 meses
encerrados em julho, o déficit primário ficou em R$ 170,520 bilhões, o que
corresponde a 2,66% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país.
O governo enviou ao Congresso Nacional proposta de
mudança da meta fiscal. Originalmente, a meta de déficit estava fixada em R$ 139
bilhões para este ano e em R$ 129 bilhões para 2018. O governo propõe a meta
com déficit de R$ 159 bilhões neste ano e em 2018, para o governo central.
"Com a revisão das metas, o governo vai tomar
as medidas necessárias de refazer sua programação para que alcance o
cumprimento das metas", disse o chefe adjunto do Departamento Econômico do
BC, Fernando Rocha.
Governos estaduais têm déficit primário de R$ 1,924
bilhão
Em julho deste ano, o Governo Central (Previdência,
Banco Central e Tesouro Nacional) acusou déficit primário de R$ 13,977 bilhões.
Os governos estaduais apresentaram déficit primário de R$ 1,924 bilhão, e os
municipais, de R$ 728 milhões. As empresas estatais federais, estaduais e
municipais, excluídas empresas dos grupos Petrobras e Eletrobras, tiveram
superávit primário de R$ 491 milhões no mês passado.
Em julho, os gastos com juros nominais ficaram em
R$ 28,482 bilhões, contra R$ 40,597 bilhões em igual mês de 2016. Rocha
explicou que a redução nos gastos com juros ocorreu porque a autarquia obteve
ganhos com operações no mercado de câmbio (swaps cambiais), neste ano. Também
houve redução na taxa básica de juros, a Selic, e na inflação, que são os
principais indexadores das despesas com juros da dívida pública.
O déficit nominal, formado pelo resultado primário
e os resultados de juros, atingiu R$ 44,620 bilhões no mês passado ante R$
53,403 bilhões de julho de 2016. Em 12 meses encerrados em julho, o déficit
nominal ficou em R$ 598,711 bilhões, o que corresponde a 9,35% do PIB.
Dívida pública
A dívida líquida do setor público (balanço entre o
total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais)
chegou a R$ 3,206 trilhões em julho, o que corresponde a 50,1% do PIB, com
elevação de 1,4 ponto percentual em relação a junho. Esse foi o maior resultado
desde dezembro de 2004, quando ficou em 50,2% do PIB. Esse foi o maior
resultado desde dezembro de 2004, quando ficou em 50,2% do PIB.
Rocha disse que o aumento na dívida pública ocorreu
devido principalmente à queda do dólar. A dívida pública sobe quando há queda
do dólar, porque as reservas internacionais, o principal ativo do país, são
feitas de moeda estrangeira. No mês passado, o dólar caiu 5,4%.
Para este mês, a previsão do BC é que a dívida
líquida continue a subir e alcance 50,8% do PIB.
A dívida bruta – que contabiliza apenas os passivos
dos governos federal, estaduais e municipais - chegou a R$ 4,722 trilhões ou
73,8% do PIB, com aumento de 0,6 ponto percentual em relação ao mês anterior. A
projeção para a dívida bruta em agosto é 74,3% do PIB.
De Brasília, Kelly Oliveira
– Repórter da Agência Brasil, 30/08/2017 15h05
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