Fachin nega
pedido de Temer para afastar Rodrigo Janot de investigações
Montagem mostra o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot (esq.), e o presidente
Michel Temer (dir.) (Foto: Marcelo
Camargo e Valter Campanato/Agência Brasil)
O ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Luiz Edson Fachin rejeitou nesta quarta-feira (30) um pedido da
defesa do presidente Michel Temer para afastar o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, de investigações
relacionadas a Temer.
No pedido de
"suspeição", o advogado do presidente, Antonio Cláudio Mariz de
Oliveira, argumentou ser "público e notório" que Janot "vem
extrapolando em muito os seus limites constitucionais".
Mariz disse, também, que a
atuação de Janot é motivada, ao que "tudo indica", por questão
"pessoal". O advogado acrescentou, ainda, que o
procurador-geral tem "ideia fixa" de acusar o presidente, se
deixou "tomar por uma questão única, obstinada" e,
"teimosamente", tenta destituir Temer.
Responsável pela análise do
pedido da defesa de Temer, o ministro Fachin considerou não haver indicação de
parcialidade.
"As alegações
exteriorizadas pela defesa não permitem a conclusão da existência de relação de
inimizade capital entre o presidente da República e o procurador-geral da
República, tampouco que o chefe do Ministério Público da União tenha
aconselhado qualquer das partes", escreveu Fachin.
Janot havia pedido, na semana
passada, que o STF rejeitasse
o pedido da defesa de Temer.
Temer pede a suspeição de Janot ao Supremo alegando 'atuação
política'
Investigações sobre Temer
Temer passou a ser investigado
por Janot a partir das delações
de executivos da JBS.
Em junho, o presidente foi formalmente
denunciado por Janot ao Supremo pelo crime de corrupção passiva. Mas o
STF só poderia analisar o caso se a Câmara autorizasse.
ESPECIAL G1:
Os indícios contra Michel Temer
No último dia 2, a maioria dos
deputados rejeitou
o prosseguimento da denúncia para o STF. Com isso, o caso só será
analisado quando terminar o mandato de Temer, em 31 de dezembro de 2018.
A PGR, no entanto, já
prepara uma nova denúncia contra o presidente, por supostamente
integrar organização criminosa e obstruir a Justiça. Essa acusação também é
formulada com base nas delações da JBS.
Por Renan Ramalho, G1, Brasília, 30/08/2017
15h15
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