Temer é vaiado no Rio após falar sobre
melhoras na economia do país
O presidente Michel Temer foi vaiado, na manhã desta
quarta-feira (9), no fim do seu pronunciamento durante a solenidade de abertura
da 36ª edição do Encontro Nacional de Comércio Exterior, no Centro do Rio de Janeiro.
Durante o pronunciamento, um dos espectadores levantou uma placa com os
dizeres "Fora Temer Golpista. Eleições gerais", sendo seguido por
outros na plateia. Ao fim do discurso, o presidente também foi vaiado e ouviu
gritos de "Fora Temer".
Uma das vaias partiu de Wenny Campos, de 22 anos, que cursa Relações
Internacionais e não sabia da participação do presidente no encontro de
comércio exterior.
"Não apoio o governo dele. É difícil falar de uma só medida que
discordo. São as PECs, as reformas (trabalhista e da previdência). Não
considero seu governo legítimo. Além do escândalo dele com a JBS", disse
em alusão a delação de Joesley Batista. Segundo Joesley, o presidente deu aval
para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha.
A jovem Carolina Pires, de 27 anos, também vaiou Temer. "Ele não
ouve o que o povo diz, para ele tanto faz e tanto fez. Discordo principalmente
da questão relacionada à reforma da previdência", afirma.
Aumento de imposto
Durante o evento, o presidente garantiu que não haverá aumento das
alíquotas do Imposto de Renda e também destacou que, ao assumir o governo, teve
que fazer um choque de "transparência e racionalidade" e citou a
aprovação da PEC do teto dos gastos.
Temer garantiu que o país está retomando o crescimento e que o comércio
exterior bateu um recorde histórico, com mais de R$ 40 bilhões de superávit.
Segundo o presidente, as conquistas não são obra do acaso, mas resultam
de uma "correção de rumo". De fazer "o que deve ser feito".
"Um governo que se pauta pelo diálogo e pela responsabilidade".
A importância da aprovação das reformas também foi citada durante o
pronunciamento. Segundo Temer, a tendência fácil de todo governante "é
gastar".
Segurança
Durante o compromisso do presidente no Rio, a população fluminense
percebeu o retorno de militares das Forças Armadas às ruas. O Comando Militar
do Leste (CML) informou que em todas as visitas de Temer a cidades
brasileiras são as Forças Armadas as responsáveis pela segurança do chefe do executivo.
O CML negou que a ação tivesse algo a ver com as operações deflagradas
pelas forças de segurança nacional e do estado.
Do Rio de Janeiro, Gabriel Barreira,
G1 Rio, 09/08/2017, às 14h30
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