FMI eleva
para 0,7% previsão de crescimento da economia brasileira em 2017
O desempenho da agricultura no primeiro semestre e
a melhoria do consumo interno fizeram o Fundo Monetário Internacional (FMI)
elevar a previsão de crescimento para a economia brasileira em 2017. Segundo o
relatório Perspectivas para a Economia Mundial, a estimativa de
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos
no país) passou para 0,7%, contra 0,2% na versão anterior do relatório, divulgada
em abril.
A projeção de crescimento é
a mesma divulgada pelo Banco Central no Relatório de Inflação, no fim de
setembro. O número também é igual ao
divulgado hoje (10) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Para 2018, o FMI estima crescimento de 1,5% para a
economia brasileira. Em abril, o relatório do organismo internacional tinha
divulgado estimativa de expansão de 1,7%. Em julho, o próprio FMI, em outro
documento, tinha revisado a projeção para 1,3%, por causa da demora na
aprovação da reforma da Previdência.
De acordo com o FMI, a recuperação econômica do
Brasil em 2017 decorre de dois fatores: a colheita agrícola recorde no primeiro
semestre e o impulso ao consumo dado pela liberação dos saques nas contas
inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “No Brasil, o desempenho
forte das exportações e a diminuição do ritmo da contração na demanda doméstica
permitiram que a economia retornasse ao crescimento positivo no primeiro
trimestre de 2017, após oito trimestres de declínio”, destacou o relatório.
(Merchandising)
Em relação ao próximo ano, o FMI adverte para os
riscos de continuidade das incertezas políticas e de demora na aprovação de
reformas estruturais, principalmente a da Previdência, como obstáculos para a
recuperação da economia. Segundo o Fundo, esses fatores dificultam a retomada
dos investimentos, necessária para alavancar a produção.
“No Brasil, enfrentar os gastos obrigatórios
insustentáveis, inclusive por meio da reforma do sistema de aposentadorias, é
de importância de primeira ordem para restaurar a forte confiança e promover o
crescimento sustentado de investimentos privados”, destacou o relatório.
Segundo o FMI, se o PIB crescer mais rápido que o previsto, um ajuste fiscal
mais avançado estaria garantido.
Concessões
O FMI também recomendou que o Brasil destrave o
programa de concessões e atraia mais recursos privados em projetos de
infraestrutura. “A falta de uma infraestrutura adequada é uma barreira chave ao
crescimento e ao desenvolvimento especialmente em países da América Latina. No
Brasil, os esforços em curso para tornar o programa de concessões em
infraestrutura mais atrativo aos investidores ao mesmo tempo em que se
aperfeiçoam os padrões de governança e o desenho desses programas ajudariam a
aliviar os principais estrangulamentos e a apoiar a demanda de curto prazo”,
acrescentou o documento.
No relatório, o FMI elogia a velocidade da queda da
inflação no Brasil, o que deu liberdade para o Banco Central aumentar o ritmo
de queda dos juros básicos. “A desinflação tem sido mais rápida do que o
esperado em alguns países, como o Brasil, a Índia e a Rússia, o que permitiu
uma política monetária mais relaxada nos últimos meses”, ressaltou a
instituição.
De Brasília, Wellton Máximo
- Repórter da Agência Brasil, 10/10/2017, às 15h14
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