TCU quer explicações do governo sobre
esquema de Temer nos portos
O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, cobrará
explicações do governo para a demora em leiloar um terminal no porto de Santos
que o grupo Rodrimar seguiu explorando mesmo após o fim do contrato, há três
anos.
O grupo empresarial explora a área desde 1988. Neste ano, passou a ser
investigado sob suspeita de favorecimento por Michel Temer (PMDB).
As informações são da coluna painel da Folha de S.Paulo.
(Merchandising)
Sem respaldo
O grupo Rodrimar ocupa uma área no porto de Santos "sem
respaldo" de contrato com o poder público, segundo o governo federal, e
tem autorização apenas de liminares para atuar em outros dois terminais.
Os contratos do grupo em três setores do porto expiraram em 2013 e 2014,
o que obrigou a empresa a buscar medidas judiciais para continuar operando. O
plano do governo federal, ainda na gestão Dilma Rousseff, era licitar e fazer
novos contratos nas áreas ocupadas pela companhia no litoral paulista.
A ocupação dos outros dois terminais da Rodrimar em Santos está ancorada
em liminares, em casos com idas e vindas no Judiciário.
O grupo teve sua concessão prorrogada por 35 anos, em maio, graças a um
decreto presidencial.
Depoimento
O esquema nos portos já causa tanto estranhamento que é investigado
também no STF, e Michel Temer prestará depoimento na investigação que apura
recebimento de propina na edição de Medida Provisória. Declarações serão feitas
por escrito.
Temer é suspeito de favorecer a Rodrimar ao editar o decreto. O
inquérito foi aberto por Barroso a partir das delações premiadas de executivos
do grupo J&F, a pedido do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.
No início do mês, a sucessora de Janot, Raquel Dodge, pediu ao STF a oitiva de
Temer e de outras sete pessoas investigadas no caso - como executivos da
Rodrimar e da JBS, além do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, alvo do mesmo
inquérito.
De Brasília
(DF), Brasil 247, em 30/10/2017, às 08h45
Nenhum comentário:
Postar um comentário