Relator
mantém entrega de parecer sobre denúncia contra Temer para terça-feira
Deputado Bonifácio de
Andrada (PSDB-MG), relator da segunda denúncia apresentada
pela PGR contra o presidente Temer, fala à
imprensa
(Foto: Valter
Campanato/Agência Brasil)
O deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), relator
da denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros da Casa Civil,
Eliseu Padilha, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência da
República, informou hoje, (ontem, 05), que seu parecer sobre a matéria deverá ser
entregue na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara até terça-feira
(10).
Andrada tem reclamado do pouco tempo que dispõe
para analisar as mais de mil páginas que compõem a peça acusatória elaborada
pela Procuradoria Geral da República (PGR) e também pelas defesas dos acusados.
A denúncia acusa o presidente Temer e os ministros de organização criminosa. O
presidente também foi denunciado por obstrução de Justiça. As defesas,
apresentadas anteontem (04) à CCJ, rebatem as imputações da PGR.
“Meu trabalho na CCJ é cansativo, tenho mais de mil
páginas para olhar”, disse. Segundo o parlamentar, duas equipes o auxiliam no
trabalho da relatoria: uma na Câmara e a outra composta por profissionais
ligados diretamente a ele.
(Merchandising)
Afastamento
O deputado minimizou seu afastamento pelo PSDB da
comissão. Para ele, a Câmara e a CCJ estão acima dos partidos
políticos. “Estou prestando serviço, não reivindiquei o cargo. O partido
encaminha como quiser”, afirmou.
Segundo o deputado, o líder do partido na Câmara,
deputado Ricardo Trípoli (SP), apesar de ter sido “delicado” ao conversar com
ele, o retirou da comissão. A decisão foi tomada após a reunião de que
participaram lideranças do PSDB e o presidente da sigla, senador Tasso
Jereissati (CE). Trípoli encaminhou ofício ao presidente da Câmara, deputado
Rodrigo Maia, comunicando a retirada de Andrada da suplência da comissão.
“Em política não há desrespeito e nem respeito. [O
desligamento] foi um ato político, da consciência dele. Não posso dizer que é
antidemocrático, é uma prerrogativa dele como líder”, afirmou Andrada. Para o
deputado, qualquer parlamentar que estiver na relatoria terá de lidar com
resistências e críticas, “mas terá de enfrentá-las”.
Após a retirada do nome de Andrada pelo seu
partido, o deputado se manteve no cargo graças à indicação de seu nome para
ocupar a vaga do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na
comissão. Com isso, o deputado continua como relator da segunda denúncia
apresentada contra o presidente Michel Temer, representando o PSC.
Apesar de ocupar a vaga por outro partido, Andrada
disse que não se sentia traído pelo PSDB e afirmou que não pretende mudar de
sigla. “Faz parte do jogo político”, disse.
Andrada afirmou que seu parecer sobre a denúncia
será o resultado de estudos, reflexões, análises de direito e de teses
jurídicas. O deputado disse que não é conveniente conversar com os advogados de
defesa nem com a parte acusatória.
De Brasília, Iolando Lourenço/Heloisa Cristaldo,
Repórteres da Agência Brasil, 05/10/2017 21h49, atualizada em 06/10/2017
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