BC sinaliza
que pode fazer novo corte na taxa básica de juros em fevereiro
Taxa básica de
juros, hoje em 7% ao ano, pode cair para 6,75% em fevereiro, o que beneficiará
o
consumo (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
A taxa básica de juros, a Selic, poderá voltar a
ser reduzida em fevereiro de 2018. É o que sinalizou o Comitê de Política
Monetária (Copom), do Banco Central, em ata da última reunião, realizada na
semana passada, quando a taxa chegou ao seu menor nível histórico: 7% ao ano. A
expectativa de instituições financeiras é que essa taxa seja reduzida em 0,25
ponto percentual na próxima reunião do comitê, indo para 6,75% ao ano.
No documento, o Copom diz que seria “apropriado
sinalizar” que poderá haver nova redução “moderada” na próxima reunião, “sob a
perspectiva atual”. “Mas [os membros do Copom] avaliaram que cabia advertir que
essa visão é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos
que nas reuniões anteriores”, diz a ata.
O Copom destacou que "houve consenso em manter
liberdade de ação, mas sinalizar que o atual estágio do ciclo [de cortes na
taxa básica] recomenda cautela na condução da política monetária [decisões
sobre a Selic]".
Segundo o comitê, a continuidade da redução da
Selic depende da evolução da atividade econômica e das expectativas de
inflação.
O Copom também destacou que a aprovação da reforma
da Previdência é fundamental para manter a inflação baixa.
“Todos os membros do comitê voltaram a enfatizar
que a aprovação e a implementação das reformas, notadamente as de natureza
fiscal, e de ajustes na economia brasileira, são fundamentais para a
sustentabilidade do ambiente com inflação baixa e estável, para o funcionamento
pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural da
economia, com amplos benefícios para a sociedade”, enfatizou.
Inflação abaixo da meta
Na ata, o Copom cita a alta dos preços
administrados, como gás, energia e gasolina. Mas destaca, que na direção
oposta, “em magnitude substancialmente maior”, há redução dos preços de
alimentos.
“Com a perspectiva de redução de preços da ordem de
5% no ano, o componente de alimentação no domicílio medido pelo [Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo] IPCA explica grande parte do desvio da
inflação em relação à meta de 4,5% vigente para o ano corrente”, diz o BC.
A meta de inflação tem como centro 4,5%, limite
inferior de 3% e superior de 6%. O mercado financeiro projeta o
IPCA – a inflação oficial do país - abaixo do piso da meta, em 2,88% neste ano.
Se a estimativa se confirmar, será a primeira vez que a meta será descumprida
por ficar abaixo do piso. A meta ficou acima do teto quatro vezes: 2001, 2002,
2003 e 2015.
Na última sexta-feira (8), o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) informou que, de janeiro a novembro, o IPCA
chegou a 2,5%, o menor resultado acumulado em 11 meses desde 1998 (1,32%).
Atividade econômica
Para o Copom, a economia “segue em trajetória de
recuperação gradual, com avanços no emprego mesmo nessa fase inicial do
processo”.
“Essa conjuntura tem produzido elevação das
projeções de crescimento para o ano corrente e para 2018, consistente com
diagnóstico de que a retomada mostra-se mais consolidada”, destacou o Copom.
De Brasília, Kelly Oliveira
- Repórter da Agência Brasil, 12/12/2017 09h22
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