MPF denuncia
Henrique Eduardo Alves por lavagem de dinheiro em obra no Rio
De acordo com o MPF/DF,
Henrique Eduardo Alves transferiu quase R$3 milhões
(Foto: Arquivo/José
Cruz/Agência Brasil)
O Ministério Público Federal no Distrito Federal
(MPF/DF) denunciou hoje (ontem, 7) o ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara
dos Deputados Henrique Eduardo Alves por mais um crime de lavagem de dinheiro.
Decorrente das investigações realizadas no âmbito da Operação Sépsis, a ação
penal foi enviada à 10ª Vara da Justiça Federal.
Henrique Alves é acusado de ter feito transações
financeiras, em 2014 e 2015, para encobrir propina paga pela Construtora
Carioca, uma das responsáveis pela obra Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Se
a denúncia for aceita, ele será réu por lavagem de dinheiro.
Segundo o MPF/DF, o denunciado realizou
transferências/movimentações eletrônicas de uma conta titularizada por uma
offshore, da qual era beneficiário econômico, para outras contas sediadas em
paraísos fiscais.
De acordo com a denúncia, o ex-ministro se associou
a Eduardo Cunha, Fábio Ferreira Cleto, Lúcio Bolonha Funaro e Alexandre Rosa
Margotto com o objetivo de obter vantagens indevidas na concessão de recursos
oriundos do FI-FGTS e das carteiras administradas do FGTS e da Caixa Econômica
Federal (CEF) para diversas empresas. Esse esquema já foi denunciado e Alves é
um dos corréus.
Assinada por procuradores da República integrantes
da força-tarefa Greenfield, a ação penal inicialmente contextualiza o
funcionamento do esquema - já denunciado - instalado no âmbito da Caixa.
Conforme a ação, a Construtora Carioca, a pedido de
Eduardo Cunha, transferiu a propina para a conta titularizada pela empresa
offshore Bellfield, cujo beneficiário era Henrique Eduardo Alves. O total
equivalente a mais de R$1,6 milhão foi creditado na conta Bellfield, nos meses
de outubro, novembro e dezembro de 2011.
Para os procuradores, essas informações foram
confirmadas por farta documentação oficial fornecida pelas instituições
financeiras internacionais, decorrente da transferência da persecução penal de
Henrique Alves da Suíça para o Brasil.
Segundo o MPF/DF, os dois sócios da Carioca,
Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, em colaboração premiada com o
MPF, confirmaram as transferências para contas no exterior.
Os procuradores da República relatam ainda que o
ex-ministro, “de forma consciente e deliberada, a fim de dissimular a origem
dos recursos ilícitos transferidos à offshore Bellfield”, movimentou
eletronicamente seus ativos nas datas de 26.02.2014, 20.02.2015 e 30.03.2015,
para contas nos Emirados Árabes Unidos (Dubai) e no Uruguai.
Com base em extratos disponibilizados pelos bancos
estrangeiros, o MPF/DF verificou que Henrique Eduardo Alves transferiu quase R$
3 milhões, "visando justamente a dificultar o rastreamento contábil dos
recursos ilícitos".
Procurada, a defesa de Henrique Eduardo Alves
informou que não teve acesso à denúncia e, por isso, não irá se
manifestar.
De Brasília, Agência Brasil, 07/12/2017,
às 22h08, atualizada em 08/12/2017
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