Condenação de Lula já
pode ser anulada, diz Merval
A
condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera todas as
pesquisas sobre sucessão presidencial, por reformas (inexistentes) num imóvel
penhorado a credores da OAS localizado em Guarujá (SP), já pode ser anulada.
Quem afirma é o colunista Merval Pereira, principal porta-voz da Globo para
temas jurídicos, no artigo "Precedente perigoso", publicado nesta
quarta-feira.
Segundo
Merval, a decisão do Supremo Tribunal Federal que tirou das mãos de Sergio Moro
os processos contra Lula relacionados ao sítio de Atibaia (SP) pode permitir a
anulação de todo o processo, sob o argumento de que Moro não seria o juiz
natural do caso – o que seria, segundo o colunista, uma vitória de Lula e uma
"derrota da sociedade". Em seu artigo, Merval trata como
"sociedade" os setores do País que dizem amém às maquinações da Globo
e ignora a maioria que grita 'Lula livre' e sonha em vê-lo presidente pela
terceira vez.
Na
decisão do STF, foram retirados de Moro os processos relacionados ao sítio de
Atibaia (SP), uma vez que a cidade se localiza em São Paulo, e não no
Paraná. Segundo Merval, a defesa irá alegar que Moro não é o juiz natural do
caso – o que, de fato, não é, uma vez que Guarujá também se localiza em São
Paulo, e não no Paraná. Merval lembra, em seu artigo, que o próprio Moro
admitiu que o caso do triplex não tem relação com supostos desvios ocorridos na
Petrobras.
Preso
político
Mantido
como preso político em Curitiba, Lula já foi impedido de receber visitas de um
Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, do maior teólogo brasileiro, Leonardo
Boff, da presidente legítima, Dilma Rousseff, e de uma comissão independente de
deputados. Por ser um preso político, submetido a um processo de exceção, Lula
já conta com a solidariedade de juristas, artistas, intelectuais e de músicos
como Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso. No entanto, Merval Pereira
vê como uma "derrota da sociedade" a anulação do processo criado pela
Globo para colocá-lo numa prisão e impedir de concorrê-lo à sucessão presidencial.
De Brasília, Brasil 247,
em 25/04/2018, às 05h55
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