Temer não
tem como continuar
Por Alex
Solnik (*)
Está ficando claro que ninguém
aguenta mais o Temer. Nem os caminhoneiros, nem seus aliados, nem a turma do
STF, nem o mercado, nem a turma do Pato Amarelo, nem a esquerda, nem a direita,
nem a imprensa golpista, nem a população em geral. Noventa e cinco por cento
desaprovam a forma como ele conduziu a greve e que não consegue debelar.
Forma-se o consenso, da população a todas as esferas de poder político e
econômico de que é preciso removê-lo. Resta saber como.
Não tenho dúvida de que a sua retirada do Planalto já é assunto de
debates. O caminho constitucional seria a chefe do PGR apresentar a terceira
denúncia contra ele e o Congresso aprová-la.
Mas há outras formas de ele sair. O fato é que ele não tem mais como
continuar.
Em outras situações de impasse como esse recorreu-se aos militares e aos
religiosos.
Em 1930, quando Washington Luís se recusava a sair do palácio mesmo
cercado pelas tropas de Getúlio, aclamadas pelos cariocas que não aguentavam
mais o "barbado", a maior autoridade religiosa do país, o cardeal
Mota foi escalado para demovê-lo, no que foi bem-sucedido.
O presidente deixou o palácio na companhia do cardeal, rumo ao forte de
Copacabana, onde ficou preso por seis meses.
Em 1946, pressionados pelo governo americano, os generais instaram Getúlio
a se retirar do poder, sem alarde, porque, como alegavam, os tempos eram
outros, a ditadura saíra de moda.
(*) – Lex Solnik é jornalista. Já atuou em vários
jornais e revista do Brasil, e escritor, autor de várias obras. Publicado em
Brasil 247, em 29/05/2018
Campanha Educação no
Trânsito do:
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