Tribunal revê
decisão de Moro e condena mulher de Cunha por evasão de divisas
Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha (Foto: Cassiano Rosário/Futura Press)
O TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) condenou a jornalista
Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, a dois anos e seis meses de
prisão por evasão de divisas. A pena foi estipulada em julgamento na tarde
desta quarta-feira (18).
A corte reviu decisão do juiz Sergio
Moro de maio de 2017, quando Cláudia Cruz foi absolvida dos crimes de lavagem
de dinheiro e evasão de divisas em ação na qual foi acusada de ter se
beneficiado de propina desviada da Petrobras para seu marido.
De acordo com a Procuradoria, os
valores ilegais teriam sido gastos a partir de uma conta na Suíça, no nome da
jornalista. O dinheiro teria comprado bolsas de luxo, roupas de grife e aulas
de tênis no exterior.
Segundo a acusação, os valores seriam
parte de propina de US$ 1,5 milhão (R$ 5,75 milhões) paga a Cunha para
viabilizar a compra pela Petrobras de um bloco para exploração de petróleo na
costa do Benin, na África, em 2011.
Em sua decisão, Moro entendeu que
faltou materialidade à acusação, que não teria conseguido demonstrar o rastro
do dinheiro até a conta da jornalista.
De acordo com o magistrado, também
faltou demonstrar o dolo de Cláudia Cruz, que afirmou que o marido era o
responsável pela gestão financeira da família e que não suspeitava que o
dinheiro pudesse vir de corrupção.
Na
ocasião, Moro também absolveu o empresário Idalécio Oliveira, que vendeu a
concessão à Petrobras e pagou pela propina. Para o juiz, havia dúvida se ele
sabia que o dinheiro, pago a título de consultoria ao operador João Augusto
Henriques, seria destinado a agentes políticos.
Neste caso, o TRF-4 também teve outro
entendimento -condenou Oliveira a 12 anos e oito meses de prisão por corrupção
e lavagem de dinheiro.
A corte também aumentou as penas do
operador João Augusto Henriques e do ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada para
16 anos e três meses e oito anos e dez meses, respectivamente.
De Curitiba (PR), Ana Luíza
Albuquerque, da FolhaPress, em 18/07/2018, às 15h50
Nenhum comentário:
Postar um comentário