Projeto “Escola sem Partido” é derrotado na Câmara dos
Deputados
Foram
quase três horas de obstrução até o presidente do colegiado, deputado Marcos
Rogério (DEM-RO), jogar a toalha e encerrar os trabalhos da comissão especial
que analisa o projeto que ficou conhecido como Escola Sem Partido (PL 7180/14).
Após seis semanas tentando votar o relatório do deputado Flavinho (PSC-SP) e
enfrentando dura obstrução da Oposição, o parlamentar reconheceu o trabalho dos
deputados contrários à matéria e criticou a ausência de seus aliados no
colegiado.
"A
Oposição cumpriu seu papel e merece o reconhecimento desta comissão, mas quem
está sepultando este projeto são aqueles que são favoráveis à matéria, que não
se fazem presentes", disse Marcos Rogério.
Logo
após o encerramento da comissão, os deputados contrários ao texto, ocuparam a
mesa da presidência da comissão e comemoram o feito ao som de "viva Paulo
Freire".
Vice-líder
da bancada comunista, a deputada Alice Portugal (BA), que foi perseguida e
calada diversas vezes na reunião do colegiado, vibrou com a vitória.
"Marcos Rogério talvez não quisesse essa nódoa na sua biografia. Viu que
iríamos derrubar esta comissão e decidiu encerrá-la. É uma das maiores vitórias
da minha vida.
Talvez enfrentemos uma guerra grande na próxima legislatura, um
tsunami, mas ter derrotado essa matéria agora foi muito importante. Foi a prova
de que a resistência dá certo. E estamos fortalecidos para enfrentar qualquer
tentativa de reduzir a educação. Queremos uma educação plural", defendeu.
Para
o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Pedro
Gorki, com o projeto que estava sendo analisado, os deputados favoráveis ao
chamado "Escola Sem Partido" subestimavam a capacidade de pensar dos
estudantes. "Eles acham que engolimos tudo? Agora, é preciso dar voz aos
estudantes. Se eles pensam que vão conseguir nos enterrar, que eles saibam de
uma coisa: somos que nem sementes, quanto mais nos enterram, mais
floresceremos", disse o estudante.
Professora
da rede pública amapaense e membro do PCdoB na comissão, a deputada Professora
Marcivânia (PCdoB-AP) foi uma das importantes vozes contrárias ao projeto. Para
ela, o texto tira a qualidade da educação e prejudica os professores
brasileiros. "Foi uma batalha incrível. A gente mostrou que não tem medo.
Eles disseram aqui que virão com tropa de choque na próxima legislatura, podem
vir. Nós vamos enfrentar com a força que sempre enfrentamos", destacou.
Agora,
com o encerramento da comissão, para o texto ser analisado novamente pela Casa,
uma nova comissão especial deverá ser formada na próxima legislatura.
De Brasília (DF), Por Christiane Peres, do Portal Vermelho,
publicado em Brasil 247, em 11/12/2018, às 15h10
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