Mercado
financeiro prevê queda de 4,11% na economia este ano
Estimativa consta do boletim
Focus, divulgado pelo Banco Central
(Foto: José Paulo Lacerda/CNI/Direitos Reservados)
O mercado financeiro revisou pela 13ª semana seguida a previsão de queda
da economia este ano. A estimativa de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) – a
soma de todos os bens e serviços produzidos no país – piorou de 3,76% para
4,11%.
A estimativa consta do boletim Focus, publicação elaborada
semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais
indicadores econômicos.
A previsão para o crescimento do PIB em 2021 segue em 3,2% e para 2022 e
2023 continua em 2,50%.
Dólar
A cotação do dólar deve fechar o ano em R$ 5, a mesma previsão da semana
passada. Para 2021, a expectativa é que a moeda americana fique em R$ 4,83%,
contra R$ 4,75 da semana passada.
Inflação
As instituições financeiras consultadas pelo BC também reduziram a
previsão de inflação de 2020. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) caiu pela nona vez seguida, ao passar de 1,97% para
1,76%.
Para 2021, a estimativa de inflação também foi reduzida, de 3,30% para
3,25%. A previsão para os anos seguintes - 2022 e 2023 - não teve alterações e
permanece em 3,50%.
A projeção para 2020 está abaixo da meta de inflação que deve ser
perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4%
em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.
Para 2021, a meta é 3,75% e para 2022, 3,50%, também com intervalo de
1,5 ponto percentual em cada ano.
Selic
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal
instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 3,75%
ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2020 em
2,5% ao ano. A previsão anterior era 2,75% ao ano.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais
barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação
e estimulando a atividade econômica. Quando o Copom aumenta a taxa básica de
juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços
porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Para o fim de 2021, a expectativa é que a taxa básica chegue a 3,5% ao
ano. A previsão anterior era de 3,75% ao ano. Para o fim de 2022, as
instituições mantiveram a previsão em 5,5% ao ano e, para o fim de 2023, a
estimativa segue em 6% ao ano.
Brasília, por Kelly Oliveira
- Repórter da Agência Brasil, publicado em 11/05/2020, às 09h15

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