Vagas para
trabalhador mais velho ficam mais escassas
O desaquecimento da economia
brasileira chega ao mercado de trabalho. As vagas de emprego com carteira
assinada para os trabalhadores mais velhos e com baixa escolaridade estão sendo
fechadas. As empresas estão diminuindo as ofertas para esses grupos por
considerá-los pouco produtivos - agregam baixo valor para a companhia.
O comportamento recente do mercado de
trabalho deixa evidente o fim da bonança para os trabalhadores considerados de
baixa produtividade. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged) mostram que os desligamentos superaram as admissões em 260 mil postos
no grupo dos brasileiros com mais de 40 anos nos últimos 12 meses encerrados em
junho, segundo recorte feito pelo economista Eduardo Zylberstajn, da Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) - a queda acumulada já vem se repetindo
há alguns meses.
Por nível de escolaridade, foram
fechados 275 mil postos para os trabalhadores que só cursaram até o Ensino
Fundamental. No grupo dos que chegaram ao Ensino Médio, foram abertos quase 890
mil postos.
"Depois do boom de 2010, a
desaceleração econômica que vem desde 2011 está começando a afetar o mercado de
trabalho. Nesse caso, as empresas deixam de contratar os trabalhadores que são
considerados menos produtivos: os mais velhos e os menos escolarizados",
afirmou Zylberstajn. "Para quem ainda é jovem e tem boa formação, o
emprego cresce, mas também num ritmo menor do que já foi", disse o
economista.
A atual desaceleração do mercado de
trabalho é diferente dos períodos de forte retração econômica. No auge da crise
internacional, por exemplo, no fim de 2008, todos os segmentos de trabalhadores
tiveram uma redução de vagas num nível mais forte do que a atual - o Produto
Interno Bruto (PIB) despencou 3,5% no último trimestre daquele ano ante os três
meses anteriores.
Hoje,
a economia brasileira cresce e, mesmo com a piora do cenário econômico, a taxa
de desocupação é baixa. Em junho, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego,
foi de 6% - em 2003, era de 13%.
Fonte: O Estado de S. Paulo. 28/07/2013 - 08h32
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