Dilma pede que papa
traga à Copa mensagem contra o racismo
Ao se encontrar, nesta sexta-feira (21), com o papa
Francisco, a presidenta Dilma Rousseff pediu ajuda do pontífice para a
propagação, durante a Copa do Mundo, de mensagens de paz e de luta contra o
preconceito. Apesar de ter convidado o papa para assistir ao Mundial no Brasil,
Dilma disse não acreditar que ele possa comparecer.
Segundo a presidenta, toda vez que um brasileiro e um
argentino se encontram, é discutido o tema futebol. “A única coisa que eu pedi
é que neutralidade fosse mantida pelo santo padre e [que] assim, a 'Mão de
Deus' não empurrasse a bola de ninguém”, disse a presidenta, em referência ao
histórico gol de Maradona, jogador argentino, que usou a mão para empurrar a
bola em jogo contra a Inglaterra, na Copa do Mundo no México, em 1986.
“Vim pedir uma mensagem dele sobre esse posicionamento da
Copa do Mundo no Brasil, a Copa das Copas. Pedir posicionamento quanto à
questão da paz e contra o preconceito, especificamente contra o racismo”,
explicou Dilma. Segundo ela, o papa deve enviar uma mensagem tratando desses
temas.
No último dia 12, o jogador Tinga, do Cruzeiro, sofreu com
demonstrações de racismo da
torcida peruana durante jogo da Copa Libertadores da América.
Dilma está no Vaticano para o consistório, cerimônia em que o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, será oficializado cardeal da Igreja Católica. O evento ocorre neste sábado (22) e será seguido de uma missa no domingo (23), para a qual a presidenta “possivelmente” deve ficar.
Dilma está no Vaticano para o consistório, cerimônia em que o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, será oficializado cardeal da Igreja Católica. O evento ocorre neste sábado (22) e será seguido de uma missa no domingo (23), para a qual a presidenta “possivelmente” deve ficar.
“Eu fiquei muito feliz com a indicação de dom Orani. Acho que
a escolha dele é merecida. Além de ser homem de fé, é pessoa com grande
capacidade, solidariedade, que se interessa pelos movimentos sociais, pelos
pobres”, ressaltou.
Dilma presenteou o papa Francisco com uma camisa da Seleção
Brasileira autografada especialmente pelo ex-jogador Pelé, uma bola de futebol
assinada e com dedicatória de Ronaldo Fenômeno e uma coleção de livros sobre a
história dos jesuítas no Brasil. “Fora uma camisa contrabandeada pelo Gilberto
[Carvalho, secretário-geral da Presidência]. Essa camisa do Palmeiras não
valeu, não é protocolar”, brincou Dilma.
Ela recebeu do papa um terço, uma imagem do Anjo da Paz e uma
medalha para ser entregue a sua filha, Paula. “Uma medalha que ele me
entregou da forma muito humana que ele tem”, contou Dilma.
Apesar de estar previsto, o encontro de Dilma com o
presidente italiano, Giorgio Napolitano, pode não ocorrer devido aos
compromissos do chefe de Estado. “Eu tenho todo interesse de encontrar com o
presidente. Acontece que amanhã tudo indica que vai ser formado um novo
governo”, relatou a presidenta, em entrevista a jornalistas após o encontro com
o papa.
De Brasília, Paulo Victor Chagas – Agência
Brasil, 21/02/2014, às 19h09
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