EL CHE DO PIAUÍ
Por Inocêncio Nóbrega (*)
De
família burguesa, como de resto a cidade argentina de Rosário, onde nasceu em
1928, Che Guevara, quando menino tinha brincadeiras próprias de sua classe
social. O gosto pelas aventuras despertara-lhe. Em 1952, viajando de caronas de
motos e embarcações, de Buenos Aires à Caracas. Nessas andanças pelas beiradas
da Amazônia chamavam-lhe atenção a pobreza, fome e doenças da população. Gradua-se em medicina (1953), e no ano
seguinte, no México conhece Fidel e exilados cubanos, na sintonia com os
acontecimentos da Guatemala, duramente reprimidos pelos EUA. Participa da
vitoriosa Revolução de Cuba. Sua visão é de uma América Latina livre das
amarras imperialistas, para aí destinar-se à formação de um grupo guerrilheiro
na Bolívia, lutando contra as forças do Exército, que o capturou e o executou,
em outubro/1967.
Guardadas
as diferenças da época, Leonardo de Carvalho Castelo Branco, que nunca se
afinara ideologicamente com seus pais, coronel Justino Ângelo Castelo Branco e
Ana Carolina, donos da extensa fazenda Carnaubeiras, seu torrão natal, dada sua
propensão para os estudos é enviado à Coimbra, onde conclui o curso de Direito. Empolgara-se com a Revolução Francesa. Sua
volta ao Brasil é festivamente comemorada, sendo celebrada missa
congratulatória. Ricos fazendeiros da região marcaram presenças. O juiz de S.
João da Parnaíba, João Cândido de Deus, fez questão de prestigiar o evento.
Leonardo deixa-se impressionar pelas palavras do ilustre magistrado, que
irradiava simpatia e interiores sentimentos revolucionários. O suficiente para
o jovem homenageado se decidir morar em Parnaíba, na qual se alista a fileiras
dos insurgentes, também lideradas pelo cel. Simplício Dias da Silva. A 19 de
outubro, pouco mais de um mês depois do Grito do Ipiranga, pois as notícias
atravessavam lentamente a Colônia, proclama-se a Independência de Parnaíba.
Surpreendidos com as forças reacionárias lusas tiveram de buscar recursos no
Ceará. Em janeiro de 1823 traz de lá 600
homens, distribuídos em duas divisões. Na sua passagem por Piracuruca, a
proclama independente. No entanto, mercê de implacável vigilância, é preso,
remetido para S. Luiz do Maranhão, onde se submete a sumaríssimo processo,
sendo obrigado desfilar nas ruas da cidade, junto a dois companheiros, a ferros
de fogo. A seguir, colocado em um brigue, viaja para Lisboa e recolhido na
cadeia do Limoeiro.
No
cárcere, morre o herói brasileiro, sem saber que o Brasil consolidara sua
independência Seu estado relembra, com direito a feriado, aquela data. Menos
nos demais, pois os órgãos de cultura, ligados à história Pátria, a ignoram,
com prejuízo de conhecimentos ao seu povo.
(*)
– Inocêncio Nóbrega é Escritor e Jornalista. (inocnf@gmail.com)
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