quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Opinião - Artigo

EL CHE DO PIAUÍ
Por Inocêncio Nóbrega (*)
                De família burguesa, como de resto a cidade argentina de Rosário, onde nasceu em 1928, Che Guevara, quando menino tinha brincadeiras próprias de sua classe social. O gosto pelas aventuras despertara-lhe. Em 1952, viajando de caronas de motos e embarcações, de Buenos Aires à Caracas. Nessas andanças pelas beiradas da Amazônia chamavam-lhe atenção a pobreza, fome e doenças da população.  Gradua-se em medicina (1953), e no ano seguinte, no México conhece Fidel e exilados cubanos, na sintonia com os acontecimentos da Guatemala, duramente reprimidos pelos EUA. Participa da vitoriosa Revolução de Cuba. Sua visão é de uma América Latina livre das amarras imperialistas, para aí destinar-se à formação de um grupo guerrilheiro na Bolívia, lutando contra as forças do Exército, que o capturou e o executou, em outubro/1967.
                Guardadas as diferenças da época, Leonardo de Carvalho Castelo Branco, que nunca se afinara ideologicamente com seus pais, coronel Justino Ângelo Castelo Branco e Ana Carolina, donos da extensa fazenda Carnaubeiras, seu torrão natal, dada sua propensão para os estudos é enviado à  Coimbra, onde conclui o curso de Direito.  Empolgara-se com a Revolução Francesa. Sua volta ao Brasil é festivamente comemorada, sendo celebrada missa congratulatória. Ricos fazendeiros da região marcaram presenças. O juiz de S. João da Parnaíba, João Cândido de Deus, fez questão de prestigiar o evento. Leonardo deixa-se impressionar pelas palavras do ilustre magistrado, que irradiava simpatia e interiores sentimentos revolucionários. O suficiente para o jovem homenageado se decidir morar em Parnaíba, na qual se alista a fileiras dos insurgentes, também lideradas pelo cel. Simplício Dias da Silva. A 19 de outubro, pouco mais de um mês depois do Grito do Ipiranga, pois as notícias atravessavam lentamente a Colônia, proclama-se a Independência de Parnaíba. Surpreendidos com as forças reacionárias lusas tiveram de buscar recursos no Ceará.  Em janeiro de 1823 traz de lá 600 homens, distribuídos em duas divisões. Na sua passagem por Piracuruca, a proclama independente. No entanto, mercê de implacável vigilância, é preso, remetido para S. Luiz do Maranhão, onde se submete a sumaríssimo processo, sendo obrigado desfilar nas ruas da cidade, junto a dois companheiros, a ferros de fogo. A seguir, colocado em um brigue, viaja para Lisboa e recolhido na cadeia do Limoeiro.
                No cárcere, morre o herói brasileiro, sem saber que o Brasil consolidara sua independência Seu estado relembra, com direito a feriado, aquela data. Menos nos demais, pois os órgãos de cultura, ligados à história Pátria, a ignoram, com prejuízo de conhecimentos ao seu povo.
 (*) – Inocêncio Nóbrega é Escritor e Jornalista. (inocnf@gmail.com)

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