Procurador envia ao
Supremo novas acusações contra Eduardo Cunha
Para Rodrigo Janot, Eduardo Cunha recebeu propina por meio de
empresas sediadas no exterior
(Foto: Arquivo/Fabio
Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, enviou hoje (15) ao Supremo Tribunal Federal (STF) novas
acusações contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
As acusações constam do depoimento de delação premiada do empresário Fernando
Soares, conhecido como Fernando Baiano, um dos investigados na Operação Lava
Jato.
Em um dos depoimentos, Baiano
confirmou que Cunha recebeu US$ 5 milhões em um contrato de navios-sonda da
Petrobras. As declarações foram anexadas à denúncia apresentada em agosto
contra o presidente da Câmara.
Na denúncia apresentada ao
Supremo, Janot afirmou que Eduardo Cunha recebeu propina por meio de empresas
sediadas no exterior e de fachada. O procurador também pediu que o presidente
da Câmara pague U$S 80 milhões pelos danos causados à Petrobras. Foi a primeira
denúncia contra um parlamentar investigado na Operação Lava Jato.
Em julho, outro delator, o
ex-consultor da empresa Toyo Setal Júlio Camargo, também confirmou ao juiz
Sérgio Moro, responsável pelos inquéritos da Operação Lava Jato na primeira
instância, que Eduardo Cunha pediu US$ 5 milhões em propina para que um contrato
de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado.
Desde que chegou ao Supremo, a
denúncia é analisada pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da
operação no STF. Não há previsão para o julgamento, que decidirá se Cunha
passará à condição de réu.
A delação de Fernando Baiano foi
homologada semana passada pelo ministro. Baiano está preso desde novembro do
ano passado, acusado de intermediar o pagamento de propina em contratos de
aluguel de navios-sonda pela Petrobras.
Pelas acusações, ele foi
condenado pelo juiz federal Sergio Moro a 16 anos de prisão pelos crimes de
corrupção e lavagem de dinheiro. Fernando Baiano é apontado como um dos
operadores do esquema de superfaturamento.
Com a assinatura da delação com o
Ministério Público Federal (MPF), o delator deve receber benefícios como
redução de pena e a possibilidade de ir para o regime de prisão domiciliar
imediatamente. Ele citou nomes de pessoas com foro privilegiado e, por isso, o
acordo foi validado pelo ministro Zavascki.
Outras provas contra Cunha, como
documentos do Ministério Público da Suíça que confirmam a existência de contas
do presidente da Câmara e de familiares naquele país, estão em análise na
PGR, mas não foram enviados ao STF.
Desde o início das investigações,
o Eduardo Cunha reafirma que não recebeu e não tem contas no exterior.
De Brasília, André Richter - Repórter
da Agência Brasil, 15/10/2015, às 14h47
(Aprecie com moderação)
Nenhum comentário:
Postar um comentário