Janot: Aécio solto é privilégio
antirrepublicano

O
terceiro pedido de prisão formulado pelo procurador-geral Rodrigo Janot contra
o senador Aécio Neves (PSDB-MG), responsável direto pelo golpe que destruiu o
Brasil e acabou flagrado num esquema de R$ 2 milhões em propinas, toca num
ponto relevante.
Segundo
Janot, quando determinados personagens são colocados acima da lei, como se
fossem intocáveis, evoca-se a ideia de um "privilégio
antirrepublicano".
Indiferente
às denúncias, Aécio abriu uma crise no PSDB ao retomar o comando do partido
para determinar que os tucanos fechem de vez com o golpe de Michel Temer.
Tanto
ele como Temer estão entre os três políticos mais repudiados do País, com
rejeições de 90% e 94%, fazendo companhia a Eduardo Cunha.
Leia
a íntegra do pedido de Janot e reportagem do portal Conjur a respeito:
O
terceiro pedido de prisão preventiva contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG)
apresentado pela Procuradoria-Geral da República afirma que o fato de o
parlamentar estar em liberdade "evoca a ideia de privilégio
antirrepublicano".
Isso
porque, segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o "robusto
acervo probatório" evidencia que Aécio estava "tecnicamente em estado
de flagrância" ao cometer os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro,
organização criminosa e obstrução de Justiça, o que justificaria a detenção de
um agente político com foro por prerrogativa de função.
Janot
defende que o recolhimento provisório de Aécio é imprescindível para
preservação da ordem pública e da instrução criminal. Ele solicita,
subsidiariamente, a decretação de medidas cautelares, como o afastamento do
senador do mandato e o uso de tornozeleira eletrônica.
Alvo
da delação premiada da JBS e de ação controlada autorizada pelo STF, o senador
mineiro teve o primeiro pedido de prisão negado em 18
de maio pelo relator da “lava jato” no Supremo, ministro Luiz
Edson Fachin. O magistrado não mandou o parlamentar para o cárcere, mas impôs
medidas cautelares, como o afastamento do mandato.
Como
o processo foi redistribuído após Fachin entender que não era prevento para
presidir o inquérito, porque o caso não tinha conexão com a “lava jato”, o
ministro Marco Aurélio tornou-se o relator do processo. A PGR, então, recorreu
da decisão e pediu novamente a prisão contra Aécio.
Em 30 de junho, no entanto, o vice-decano indeferiu o pedido e permitiu que
ele retornasse ao Senado Federal.
Desta
vez, a PGR pede que, caso a decisão não seja reconsiderada, o agravo regimental
seja julgado “com urgência” pela 1ª Turma da Corte. O colegiado, mês passado,
decidiu revogar a prisão preventiva de outros
três investigados no mesmo inquérito — todos sem foro por
prerrogativa de função.
Caso
Aécio não seja preso, a PGR solicita que ao menos fique proibido de ingressar
em qualquer repartição pública, em especial, o Congresso Nacional.
Janot
compara o caso de Aécio ao do ex-senador Delcídio do Amaral, preso preventivamente por meio de
decisão monocrática do ministro Teori Zavascki (morto em
janeiro), além de lembrar as medidas cautelares impostas ao então presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha. Segundo o procurador, “em situações
excepcionais, as providências jurisdicionais devem ser igualmente
excepcionais”. Clique aqui para ler a íntegra do pedido
Por Matheus Teixeira, do Portal Conjur, 01/08/2017. Publicado
em Brasil 247 desta data
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