Demissões derrubam ministro do trabalho
O ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira (PTB-RS) caiu nesta quarta-feira
(27), após o anúncio de 12,3 mil desempregados gerados pelo governo Michel
Temer.
Segundo ele, citando dados oficiais do CAGED (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados), foram exatos 12.292 postos a menos de trabalho no
mês de novembro de 2017.
Nogueira alegou razões “pessoais” e afirmou que precisa cuidar da
campanha de reeleição.
O substituto para a pasta apresentado pelo partido, o PTB, é o também
deputado Pedro Fernandes (MA).
Apesar de o aumento do desemprego ter derrubado o ministro do Trabalho,
a Globo continua firme comemorando a reforma trabalhista [que precarizou a mão
de obra no país] e luta pela aprovação da reforma da previdência [que significa
o fim da aposentadoria para os trabalhadores].
Abaixo, reportagem da Reuters:
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil perdeu 12.292 vagas formais de emprego em
novembro, período em que os efeitos da reforma trabalhista já estavam em vigor,
quebrando uma série de sete resultados positivos, segundo o Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério
do Trabalho.
O dado frustrou expectativa de abertura de 22 mil postos, de acordo com
pesquisa Reuters junto a analistas, mas foi melhor em relação ao mesmo período
do ano passado, quando foram encerradas 116.747 vagas.
Dos oito setores pesquisados, sete registraram saldo negativo em
novembro, com destaque para indústria da transformação (-29.006 postos),
construção civil (-22.826) e agropecuária (-21.761).
Apenas o comércio ficou no azul com a proximidade das festas de fim de
ano, com a criação líquida de 68.602 vagas, mas num movimento insuficiente para
levar o resultado geral para o campo positivo.
Em apresentação, o ministério do Trabalho argumentou que a indústria já
começa a demitir nesta altura do ano num cenário em que “todas as encomendas já
foram atendidas”. Em relação à construção civil, disse que o setor é marcado
por paralisação de obras em função do período de chuvas.
Pela série histórica do próprio Caged, que tem início em 2002, houve
perdas líquidas de vagas em novembro apenas em 2002 e 2008 --anos marcados pela
eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e crise financeira nos Estados
Unidos, respectivamente-- e em 2015 e 2016, quando o país viveu a pior recessão
da sua história.
Segundo o ministério, foram criadas 3.120 vagas de trabalho intermitente
no mês passado, na esteira da reforma trabalhista. Ao propô-la, o governo do
presidente Michel Temer defendeu que as flexibilizações legislativas ajudariam
na retomada do emprego.
No acumulado de janeiro a novembro, foram abertas 299.635 vagas, na
série com ajustes, contra resultado negativo de 858.333 vagas no mesmo período
do ano passado.
No trimestre até outubro, a taxa de desemprego no Brasil caiu a 12,2 por
cento, segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Com isso, atingiu o nível mais baixo desde o final de 2016,
mas com o número de desempregados ainda recuando devido à informalidade.
2018
Para o próximo ano, o ministério do Trabalho estimou a criação de
1.781.930 vagas formais de trabalho, considerando crescimento de 3 por cento do
Produto Interno Bruto (PIB), que representa a projeção oficial do governo para
a atividade.
Com este avanço, o estoque de empregos voltará ao patamar no primeiro
trimestre de 2016, acrescentou a pasta. Se a economia subir 3,5 por cento,
serão criadas 2.002.945 vagas, acrescentou Nogueira.
Por Esmael Morais,
em seu Blog, em 27/12/2017. Publicado em Brasil 247, nesta data
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