Lula
permanece no sindicato; decisão de se apresentar à PF não foi tomada
O ex-presidente Lula ainda permanece na sede do
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), para onde se
dirigiu no início da noite, logo após o anúncio da expedição do mandado de sua
prisão pelo juiz Sérgio Moro. De acordo com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ),
que acompanha a manifestação de apoio de militantes ao ex-presidente, Lula deve
ir para casa ainda nesta madrugada e retornar pela manhã.
Também segundo Farias, Lula ainda não decidiu se
vai se apresentar ou não à Polícia Federal em Curitiba. Conforme a decisão de
Moro, Lula tem até as 17h desta
sexta-feira (6) para se apresentar em Curitiba à Polícia
Federal.
Até o início da madrugada desta sexta-feira (6),
Lula ainda não tinha falado com a imprensa nem com seus apoiadores e tinha
somente cumprimentado o público pela janela do sindicato. Enquanto se prepara
para descansar na residência localizada no próprio município, o ex-presidente
está recebendo o apoio de políticos e público na sede do sindicato, que deve
ficar aberto durante a madrugada, segundo a assessoria da entidade.
Um dos discursos feitos em cima de um carro de som
estacionado em frente do sindicato foi o da ex-presidenta Dilma Rousseff. Ela
disse que o pedido de prisão expedido pelo juiz federal Sérgio Moro contra o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “faz parte do golpe” que começou com
seu impeachment.
“O Lula é inocente. Está sendo vítima de uma das
mais graves ações contra uma pessoa. Nossa Constituição é clara. Não se pode
prender sem ter esgotado todos os recursos. O presidente [Lula] tinha direito
de recorrer”, disse. Ela acrescentou que “isso faz parte do golpe. O golpe que
começou quando me tiraram da presidência da República sem nenhum crime que eu
tivesse cometido”.
“O que nós assistimos hoje é a rapidez com que
decidiram privar o maior presidente desse país do direito mais sagrado da
Constituição brasileira que é a liberdade”. Ela atribuiu o pedido de prisão a
uma “perseguição política” a Lula e chamou o povo a resistir diante do contexto
político atual.
“Vocês que estão aqui são capazes de resistir. Nós
não somos um bando de pessoas que entende a linguagem das pedras e dos tiros.
Esse não é o Brasil que queremos. Vamos continuar resistindo com coragem”,
disse. Em seguida, o público começou a gritar “Lula guerreiro do povo
brasileiro”.
Depois de Dilma, discursaram também em apoio a Lula
o senador Lindbergh Farias; o deputado Ivan Valente (PSOL); o presidente
estadual do PT de São Paulo, Luiz Marinho; a presidente da Apeoesp (Sindicato
dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) Maria Izabel Noronha.
O público vaiou quando o juiz federal Sérgio Moro foi citado e comemorou
durante as falas de resistência sobre o ex-presidente.
Em apoio ao ex-presidente, também estão no
sindicato a deputada Luiza Erundina, a senadora Gleisi Hoffmann e o coordenador
do MTST, Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência pelo PSOL. A
pré-candidata à Presidência pelo PCdoB, Manuela D'Avila, também esteve no
sindicato para prestar solidariedade a Lula.
São Bernardo do Campo (SP),
Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil, 06/04/2018 01h08
(Clic na imagem inferior, para ampliá-la)
Nenhum comentário:
Postar um comentário