Lula: Moro ‘não tem
tempo’ para julgar PSDB, mas trabalha nas férias contra PT

A equipe do ex-presidente Lula publicou em seu site na
tarde desta segunda-feira 9 um texto em que lembra de um despacho de Sergio
Moro, de 11 de junho deste ano, em que o juiz da Lava Jato alega não ter
julgado um caso que tinha como réu o ex-braço direito de Beto Richa
(PSDB), Carlos Felisberto Nasser, ex-Casa Civil do governo do Paraná, por
"falta de tempo".
Neste domingo 8, porém, Moro não só se manifestou contra a soltura de
Lula por determinação do desembargador Rogério Favreto, do TRF4, como
interferiu num caso que não é mais seu e orientou a Polícia Federal a não
cumprir a determinação. Confira abaixo o texto que aponta a contradição de
Moro:
Moro
alega "falta de tempo" para julgar governo do PSDB mas interrompe
férias para interferir ilegalmente contra Lula
O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, no dia 11 de junho
de 2018, decidiu abrir mão de julgar processo que envolve corrupção nos
pedágios do Paraná, no qual figura como réu o ex-braço direito de Beto Richa
(PSDB), Carlos Felisberto Nasser, ex-titular da Casa Civil. Segundo a denúncia,
o "esquema criminoso de corrupção, associação criminosa e lavagem de
dinheiro" envolvia o "Grupo Triunfo, incluindo a Empresa
Concessionária de Rodovias do Norte (Econorte), concessionária da exploração de
rodovias federais no Paraná", que teria efetuado pagamentos subreptícios
de vantagem indevida a agentes da Administração Pública Estadual."
"Tais valores", diz Moro em despacho, "teriam sido
repassados especificamente para o então Diretor do Departamento de Estradas e
Rodagens do Estado do Paraná (DER/PR), Nelson Leal Júnior, para os agentes do
DER/PR Oscar Alberto da Silva Gayer e Gilson Beckert, e ao agente da Casa Civil
do Estado do Paraná Carlos Felisberto Nasser."
Moro alegou como justificativa para não querer mais julgar o caso a
falta de tempo. Menos de um mês depois, o juiz Sergio Moro, de férias desde 2
de julho e voltando ao trabalho somente no dia 31, interrompeu suas férias em
Portugal para interferir ilegalmente contra Lula, ligando para a Polícia
Federal ordenando o descumprimento de ordem judicial, o Habeas Corpus concedido
pelo desembargador Rogério Favreto.
Segundo a matéria da repórter Bela Megale, no O Globo, "Por volta
das 10 hpras, o delegado Roberval Ré Vicalvi chegou à Superintendência e passou a
centralizar a operação, recebendo as ligações dos magistrados e da cúpula da
corporação.
O primeiro a entrar em contato foi o juiz Sergio Moro, que destacou
a ordem de não soltar Lula após o seu despacho afirmando que Favreto não tinha
competência para decidir sobre o caso. Diante da insistência do magistrado, Ré
Vicalvi ligou para seus superiores que o ordenaram a cumprir o pedido de Moro e
manter Lula na cela".
Em nota, defesa de Lula afirmou que o juiz de primeira instância Sérgio
Moro, em férias e atualmente sem jurisdição no processo, autuou decisivamente
para impedir o cumprimento da ordem de soltura. " É incompatível com a
atuação de um juiz agir estrategicamente para impedir a soltura de um
jurisdicionado privado de sua liberdade por força de execução antecipada da
pena que afronta ao Texto Constitucional — que expressamente impede a prisão
antes de decisão condenatória definitiva (CF/88, art. 5º, LVII)", avalia a
defesa de Lula que avalia todos os meios legalmente previstos, nos
procedimentos judiciais e também no procedimento que tramita perante o Comitê
de Direitos Humanos da ONU, para reforçar que o ex-presidente tem
permanentemente violado seu direito fundamental a um julgamento justo,
imparcial e independente e que sua prisão é incompatível com o Estado de
Direito.
De Brasília (DF), Brasil 247, em 09/07/2018, às 17h00
Campanha Educação no
Trânsito do:




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