Bolsonaro diz que acredita em Flávio e que 'usam garoto
para tentar me atingir'
Presidente Jair Bolsonaro com o filho, senador
eleito Flávio Bolsonaro
(Foto: André Melo/Futura Press)
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou durante entrevista à TV
Record em Davos (Suíça), onde participa do Fórum Econômico Mundial,
que acredita na inocência do filho, o deputado estadual e senador
eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
"Acredito nele. A pressão enorme em cima dele é para tentar me
atingir", disse.
Flávio é citado no procedimento aberto pelo Ministério Público do
Rio contra o ex-assessor Fabrício Queiroz, que é investigado por
movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão durante um ano, identificada
pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
O Coaf considerou ainda suspeitos 48 depósitos feitos em dinheiro
na conta de Flávio. Os depósitos, sempre no valor de R$ 2.000, totalizando
R$ 96 mil, foram feitos em junho e julho de 2017 no
autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Assembleia Legislativa
do Rio.
Mais cedo, em entrevista à agência Bloomberg, o presidente
afirmou eventuais irregularidades cometidas por Flávio terão de ser
punidas.
À Record, Bolsonaro chamou de "infundadas" as
acusações contra Flávio e disse que o sigilo do filho foi quebrado.
"Fizeram uma arbitrariedade contra ele nessa questão".
A solicitação de informações do Coaf, de acordo com norma do
Conselho Nacional do Ministério Público, não configura quebra de sigilo.
Ao final da entrevista, Bolsonaro voltou a afirmar que "não
está acima da lei" e que as denúncias contra Flávio têm como
objetivo atingir o seu governo.
"Nós não estamos acima da lei. Pelo contrário, estamos abaixo da
lei. Agora, que se cumpra a lei, não façam de maneira diferente para
conosco. Não é justo atingir um garoto, fazer o que estão fazendo com ele, para
tentar me atingir".
Entrevista Cancelada
Questionado sobre o cancelamento da entrevista que concederia a
jornalistas brasileiros e estrangeiros em Davos, Bolsonaro disse que
seguiu recomendação médica. Ele será submetido a uma cirurgia no próximo
dia 28, em São Paulo, para fechamento da colostomia feita após o atentado
sofrido em setembro passado, durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
"Tenho que chegar descansado no domingo em São Paulo para que eu
possa me submeter a uma cirurgia bastante complexa, que todo meu abdômen será
aberto novamente".
O presidente afirmou que não teria nada de novo para falar à imprensa
naquele momento e que optou pelo cancelamento da coletiva para se poupar.
"Logicamente o que pudemos cancelar aqui nós
cancelamos".
De São Paulo,
FolhaPress/Yahoo Notícias, em 24/01/2019
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