Dallagnol
sabia que Onyx estava envolvido em corrupção, mas afirmou "fingir que não
sabia"

Novos
trechos de mensagens da Vaza Jato, divulgados pelo The Intercept no começo da
tarde desta segunda-feira, revelam que o procurador chefe da força-tarefa da
Lava Jato, Deltan Dallagnol, já sabia que o então deputado Onyx Lorenzoni,
atual chefe da Casa Civil de Bolsonaro, estava envolvido em esquemas de
corrupção, mas fechou os olhos para levar a cabo a sua cruzada no suposto
"combate à corrupção".
Em conversa num grupo de
procuradores, Deltan é indagado por Fábio Oliveira: "Vc viu que saiu o
nome do Onyx na lista do Fachin hj?". Ele se refere à decisão do ministro
do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que em 4 de dezembro, atendeu pedido
feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a abertura de uma
petição autônoma específica para analisar as acusações de caixa dois feitas por
delatores da JBS ao, na época, futuro ministro da Casa Civil.
"Vi... (já sabia, mas
tinha que fingir que não sabia, o que foi, na verdade, bom...rsrsrs)",
respondeu Dallagnol. "Não que não quisesse falar, mas se falasse seria até
crime rsrsrs", completou.
O procurador admite que seguia
trabalhando com Onyx, que era o lobista das 10 Medidas Contra a Corrupção, projeto
que criado pela Lava Jato, mesmo após descobrir denúncias de corrupção.
Onyx é... foi “perdoado” por
Sergio Moro apenas porque admitiu que errou e pediu desculpas, segundo o
próprio ex-juiz e hoje ministro da Justiça.
"Eu já me manifestei
anteriormente. É uma questão de Onyx. O que vejo é um grande esforço [do
ministro Onyx] para a aprovação das 10 medidas do Ministério Público, razão
pela qual foi abandonado por grande parte de seus pares. Ele tem minha
confiança pessoal", disse Moro em dezembro de 2018.
De Brasília (DF), por Brasil 247,
publicado em 12/08/2019, às 15h45
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