CNMP nega recurso e mantém procedimento
disciplinar contra Deltan
O Conselho
Nacional do Ministério Público (CNMP) negou hoje (13), por
unanimidade, um recurso do procurador da República Deltan Dallagnol,
coordenador da Lava Jato no Paraná, em que ele buscava reverter a abertura de
um procedimento administrativo disciplinar (PAD) contra si.
No PAD,
Dallagnol é acusado de infração disciplinar por ter criticado, em uma
entrevista à rádio CBN, a atuação de ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF) no julgamento que retirou trechos da delação da Odebrecht das mãos do
então juiz federal Sergio Moro. Na entrevista, Dallagnol disse,
entre outros pontos, que os ministros do STF mandaram “uma mensagem muito forte
de leniência a favor da corrupção”.
Após a
entrevista, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, acionou o CNMP, que em
setembro do ano passado confirmou a abertura do PAD em plenário. Foi desta
decisão que Dallagnol recorreu, por meio de embargos de declaração, que foram
negados de modo unânime nesta terça-feira, confirmando a continuidade do
procedimento disciplinar contra ele.
O
julgamento do recurso de Dallagnol foi relâmpago, feito em bloco, isto é, sendo
julgado em conjunto com diversos outros recursos, motivo pelo qual não houve
manifestações orais dos conselheiros sobre o pedido.
As sanções
que podem resultar de um PAD vão desde uma pena de censura até a aposentadoria
compulsória.
Mensagens
Numa outra
votação, o plenário do CNMP decidiu, também por unanimidade, aprovar
um pedido dos conselheiros Leonardo Accioly da Silva e Erick Venâncio
Lima do Nascimento para que seja revisto o arquivamento de uma reclamação
disciplinar contra Dallagnol.
O caso
trata de mensagens atribuídas a Dallagnol em conversa que teria mantido com
Moro por meio do aplicativo de celular Telegram, que foram
divulgadas em junho pelo site The Intercept Brasil.
Após a
divulgação das mensagens, quatro conselheiros do CNMP - Luiz Fernando Bandeira
de Mello, Gustavo Rocha, Erick Venâncio Nascimento e Leonardo Accioly da Silva
– pediram a abertura do procedimento disciplinar contra Dallagnol, mas o
corregedor do órgão, Orlando Rochadel, arquivou o pedido, por entender não
haver “ilícito funcional” no teor das mensagens.
Com a
decisão desta terça-feira (13) do CNMP, a reclamação volta a tramitar e
seu arquivamento será revisado por um dos 14 conselheiros do órgão, a ser
escolhido por sorteio. Em seguida, o plenário votará sobre a abertura ou não da
reclamação disciplinar.
De Brasília,
por Felipe Pontes, repórter da Agência Brasil, publicado em 13/08/2019,
às 11h10
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