Vozes d'O Globo descobrem o óbvio: o
golpe que eles apoiaram quebrou o Brasil
Nenhum
veículo de comunicação tem tanta responsabilidade pelo golpe de 2016, que
arruinou a economia e a imagem do Brasil, como o Globo.
No
entanto, com mais de um ano de atraso, três dos principais colunistas do jornal
dos Marinho agora descobriram a fria em que colocaram o Brasil.
Elio Gaspari, que chegou a lançar o "Fica
Temer", agora diz que Henrique Meirelles é um engodo. Eis abaixo um trecho
de seu artigo:
Temer
deu a Meirelles quase toda a autonomia que ele pediu, mas o ministro não
entregou os empregos e a perspectiva de crescimento que prometeu. Entrou no
governo oferecendo um aumento de 1,6% para este ano e elevou o balão para 2%.
Tudo fantasia, hoje o FMI espera 0,3%.
O
remédio de Meirelles foi aumentar um imposto. Faça-se justiça ao doutor
registrando que ele nunca se comprometeu a não aumentá-los. O seu problema é
outro. Ele lida com essas taxações como se fossem uma arma para punir uma
sociedade que é obrigada a pagar porque ele e seu presidente não fazem o
serviço que prometem.
Miriam Leitão, que disseminou a farsa das
"pedaladas", agora vê o Brasil à beira de um apagão fiscal. Confira
abaixo um trecho de sua coluna:
O
risco de o governo não conseguir cumprir a meta é real. A situação é dramática.
Para não parar, o governo precisa de, no mínimo, mais R$ 10 bilhões e receber
tudo o que programou. Uma das receitas esperadas está no meio de uma grande
briga na Justiça: a venda das hidrelétricas da Cemig, cujo valor previsto é de
R$ 11 bilhões. Há ministérios que têm recursos para apenas dois meses.
Os
cortes estão ocorrendo nos investimentos, mas já não há mais o que cortar. No
ano passado, o investimento do setor público federal foi de R$ 65 bilhões, e em
grande parte foi para pagar despesas feitas em anos anteriores. Este ano, o
valor total dos investimentos está em R$ 35 bilhões. Em condições normais, o
governo deveria estar investindo mais para sair da recessão, mas ele está
cortando as despesas já previstas. Esta não é uma situação normal: o país
entrou numa recessão no meio de uma escalada da crise fiscal. E não pode
simplesmente elevar a previsão de déficit porque isso agravaria a crise de
confiança.
Merval Pereira, que batalhou dia e noite pelo golpe,
acusa Temer de ampliar o rombo fiscal com a compra de deputados. Confira abaixo
um trecho de seu artigo:
O
plano de demissão voluntária do serviço público, anunciado como decisão de
governo, foi rebaixado a uma simples proposta em estudo, e não seria surpresa
se não saísse do papel, fortalecendo a posição de Meirelles, que vê nesse
instrumento uma medida paliativa sem grande futuro.
Paradoxalmente,
para um governo que precisa reduzir o gasto, o presidente Michel Temer está à
frente de barganhas nos bastidores para obter votos suficientes para matar a
denúncia da Procuradoria-Geral da República. Essas barganhas aumentam os
gastos, e podem significar a derrota do projeto da equipe econômica.
A
questão, agora, é: quando os três vão pedir desculpas?
De Brasília, Brasil
247, 26/07/2017, às 17h02
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