JUSTIÇA ARMADA
Inocêncio Nóbrega (*)
República, é
um meio de governar os povos, concebido pelo Homem. A Constituição Cidadã de
1988 reescreve sua filosofia política básica, os princípios pétreos das
anteriores, a partir de 1891, administrados pela trilogia de poderes:
Executivo, Judiciário e Legislativo. Argumentam que possam gerir os interesses
da Nação, igualitária e harmoniosamente. O ministro Dias Toffoli, no discurso
de posse na presidência do Supremo Tribunal Federal, perante uma plateia repleta
de autoridades e convidados, exclamou: “Não somos mais e nem menos que os
outros poderes”!
A história
republicana brasileira nos conta de outra forma. Nos estados de exceção ou não
ao Executivo é atribuído gerenciamento das atividades econômica, financeira e
monetária; do aparato militar e de defesa. Uma extravagante supremacia sobre os
demais, no que altera o equilíbrio institucional. Ante esse monstro, que
continua a nos massacrar, a busca pelo direito e justiça cabe ao Judiciário.
Todavia, decorrente de impiedosa desvantagem, lenta não atende à expectativa da
população. Distanciando-se da tradição de austeridade, imprescindível na
regulação entre indivíduo, grupos sociais e Estado, descamba-se rio abaixo,
comprometendo a boa prestação jurisdicional. Aos poucos, o “pão do povo” – expressão de
Berthold Brech, dedicada à justiça, já não sacia a fome de quem dela precisa. Agora,
afetada pela politização partidária e pretensões corporativistas.
Pesquisa, levada a efeito em maio do ano
passado, o índice de rejeição alcançou 89,35%. Recentemente, o Instituto MDA,
em parceria com CNT, nos mostra que a balança da Justiça oscila para
desesperança. Sem imparcialidade e
isenção, os julgamentos não passam de um jogo de cartas marcadas. A hierarquia
entre os magistrados está invertida. Lula, sofre essa consequência. Mas, o novo presidente do STF promete
modernizar o aparelho judiciário. Não creio mais competitivo, em relação ao Executivo,
como na gestão da ministra Carmem Lúcia, no manejo, indevido, das armas
disponibilizadas pelo Lawfare.
Moderno instrumento que consiste na manipulação de preceitos constitucionais e
legais, ignorando os próprios pactos celebrados por nossos países, visando
perseguir e condenar lideranças políticas progressistas e democráticas,
coibindo, pois, ascensão de governos populares na região. Práticas já adotadas por diversas Cortes de
Justiça do continente. Batizadas de “cortesassos”, mediante entendimentos
comuns, restaura a Operação Condor, dos tempos ditatoriais. Nesse aspecto,
deixando o Legislativo nos exatos limites discursivos e de retórica. A Justiça
disponibiliza-se de um poderio armamento de guerra à democracia.
(*) - Inocêncio Nóbrega é Jornalista / inocnf@gmail.com. Em 28/09/2018
(*) - Inocêncio Nóbrega é Jornalista / inocnf@gmail.com. Em 28/09/2018


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